J. Marquesi
Saio do hotel e caminho pela avenida movimentada a essa hora. Não tenho destino certo, só preciso pensar e andar. Só necessito de uns minutos longe dele para me convencer de que posso controlar essa situação.
Só preciso de um tempo para tentar me enganar.
A sua mão toca a minha, e tento ignorar uma voz dentro de mim que diz que, a partir deste momento, tudo irá mudar na minha vida.
Me faça sentir que, pela primeira vez em muito tempo, eu não estou aqui sozinha, me dê a alegria e o prazer que nosso encontro prometeu.
Eu consigo sentir o coração dele acelerado, sua respiração rápida e suas mãos o tempo todo acariciando as minhas costas. Tenho a certeza, nesta noite, de que o que eu sinto por ele é irrevogável.
As suas palavras me atingem como uma bola de demolição, porque consigo ver, com clareza, o que estava o tempo todo brilhando em frente aos meus olhos.
Tantas mentiras criadas, tantas verdades que eu gostaria de esquecer. E agora ele volta com tudo e da pior maneira possível.
Não é o tempo que marca, mas sim a força do sentimento. Nem sempre o eterno é aquele que dura muito.