J. Freitas
Às vezes é necessário deixar parte daquilo que ama para trás. Assim, você saberá por onde caminhar quando quiser voltar.
Só contesto o incontestável. Não é a vida uma eterna batalha entre o bem e o mal, possível e impossível? A vida é paradoxal.
Papel fenece, levando assim a poesia que outrora lhe compus. Prefiro antes gravá-las na pedra. Na dura pedra que é seu coração.
Carrego toda a dor do mundo nas costas. Pelo menos a do meu mundo, por isso, sei até onde posso ir e onde devo parar. Se sofro, é porque devo fazê-lo para chegar à felicidade que me couber e assim, fazer do meu mundo, um lugar melhor.
Não tenho mais vida. Não estou morto, de fato. Mas, como se vive sem vida? Como se morre sem morte? O que fazer agora?
Saudade é um vazio que se preenche com outros vazios. Um ciclo vicioso, um infinito pesar. Não interessa o tamanho ou pelo quê se sente. Saudade é universal e como tal, mortal aos olhos da plenitude.
Olhos veem, bocas falam, ouvidos escutam. Sendo assim, com cada coisa no seu devido lugar, corações amam. Não os obriguem a fazer algo além ou diferente disso. O resultado pode ser (e quase sempre é) catastrófico.
Embora eu insista no erro, é difícil falar de vida quando se está morto por dentro. Insensível, indiferente. Sobreviver e viver são coisas absolutamente diferentes.
Você pode até dizer que a distância não acaba com amizades, mas não pode nunca afirmar que não as modifica. Enquanto você não está lá, invariavelmente alguém estará. Não do mesmo jeito que você, mas estará.
Sofrer sozinho é além de escolha, uma necessidade. Ninguém deseja ofuscar a alegria de alguém que se importe com você. Isso não prova, mas exemplifica o quão leal você é às pessoas que você ama.
Quisera eu ter mais sede de amor que de água. Quisera o mundo pensar como eu. Quisera eu ser o mundo.
Às vezes a felicidade está no primeiro lugar que você rejeita e no último onde você ousou procurar. Se ela não existe ainda para você, significa que você está no lugar errado.
Baseio a vida em fatos e artefatos. Transformo os fatos da vida em artefatos que guardarei eternamente. Até agora, o artefato mais valioso, de fato, é o amor por mim dispensado.
Não encare um amor acabado apenas como uma fatalidade. Encare o fato de que o amor não se acaba, se transforma. Enquanto vivo, é o cotidiano, a vida plena, quando passado, representa um rito de passagem. Amor é sempre amor. O tempo passa, você passa. O amor fica.