ivyivy
Chão que nada dá
Estou em pétadas
Caída no chão
E machucada por tantos espinhos
A angústia me sufoca
A tensão supera o meu sono
Acordada tenho mais pés nos chão
Como rosa em pedaços que sou
O que restou foram os pés
Até o aroma eu perdi
Hoje estou em luto
Em luto pela esperança
Não há mais luta!
Ex-pero
Só desespero
E me lembro que nada posso esperar!
Como ter forças se minhas pétalas secaram, verão?
O que verão?
Não verão a chegada da primavera
Nem a colheita dos frutos
Vamos sofrer a secura como um deserto
Com um jardim sem flor
A tristeza de um pé doente
A lembrança de uma rosa branca
Que você não ajudou a brotar
Espere na negação do cuidar!
Experimente a amargura de uma verdura
Que não teve o seu aguar
Encha seu vaso de flores
Com as flores de um jardim que não cuidou
Saboreie do néctar da fruta que você também não plantou
E dê de presente uma rosa
Que nunca pôde viver!
De novo e de novo
Você é o meu motivo
De cada dor a cada sorriso
Você pede que eu escreva coisas alegres
Mas o que eu escrevo é sobre nós
Me distraio e me acho pensando
Nisso tudo que um dia foi bom
Sofro ao pensar no futuro
Um amanhã que já foi o hoje
Um hoje que num instante se perdeu
Um passado que um dia foi bom
Um passado que eu vi escorrer
Por entre os dedos das minhas mãos
Hoje tenho você por um email
Saboreio da inconsistência do medo
Sou a pessoa por detrás da tela
Cheias de fraquezas
Mendigando um amor
Tentando dar a segurança que não sabe se tem
Sabe de uma coisa?
Ontem pensei em você
Hoje também
E me vejo por anos pensando na possibilidade do amanhã
Mas é certo:
Amanhã pensarei em você
Mais uma vez!
Eu só penso se está pensando em mim
Eu só quero ter o seu amor pra mim!
Quero ver seus olhos brilharem
Feliz por me ter ao seu lado
Quero chorar no seu peito
Sentir o conforto dos seus braços
Quero contemplar da delícia de apenas poder te olhar
E sentir o calor da nossa paixão
Nesse momento me sinto feliz
Tava pensando em você
Nesse mesmo segundo
A felicidade passou
Continuo pensando em você
Só por hoje vou te amar
Como se o próximo segundo não fosse existir
Eu faço seus gostos
Faço seus desejos
Deixo fazer o que quer de mim
Não parece querer muito
Não parece querer nada
Talvez eu só não tenha entendido
Talvez eu me iluda porque é mais fácil
Talvez achar que isso seja amor seja mais fácil
Talvez esse amor seja minha bengala
Meu encosto
Meu impulso
Meu motivo
Talvez não exista mais nada
E eu só me alimente de lembranças
Que mocinha boba!
Mocinha tola
Mocinha infantil
Ah, como eu rio de você!
Como eu desprezo você!
E como ao meu tempo eu choro por amar você?!
Te odeio e te amo ao mesmo tempo
Me alimento e me destruo com você
Me lembro e me esqueço de mim
Sua idiota
Sua inconstante
Você ama!
E você sofre!
Translúcida
Sobre tudo que aconteceu,
Agora paro para refletir.
Posso ter chorado, sofrido, te amado.
Tudo materializado por uma alma insana.
Buscando meu pico de centralidade,
Rodo como um pião afinando meu eixo.
A maturidade bate na porta.
Ajusta os ponteiros,
Calcula horas, dias e meses de desespero.
Com tanta desesperança,
Parece que o pique esconde é com a felicidade.
Que hoje vive em local incerto e não sabido.
Assim como um criminoso ou forasteiro,
Machuca pessoas, vem com data e hora para ir embora.
E some.
Nessa seca de verão,
Secou tudo.
Canal, afluentes e coração
Descrente com as águas de março,
Sigo sem salvação.
Terreno quando judiado pelo tempo,
Nasce flor com espinhos.
Amores mal acabados
Hoje quero falar de amores.
Amores não terminados, mal acabados, até mal amados.
Amores sem cores, sem sabores, só de dores.
Amores onde não se sabe o que quer, se bem-me-quer ou mal-me-quer.
Amores de brigas, intrigas, onde há uma nova amiga.
Amores onde o sentimento foi se perdendo, se esvaindo e ao relento ficou.
O que acontece com esses amores, que ficam perdidos, abandonados e trumbicados?
Esses amores, inquestionados, desnorteados, desatinados e desapaixonados.
Ex-amores, ex-cobradores, descompromissados.
Amores mal acabados, precisam de um fim.
Esses amores pesados, com sofrimento, muito lamento...
E até que por um momento te fez feliz.
Alguns amores acabam, quando outros começam.
Amores mal acabados, saem do planejado.
Os nunca acabados, continuam amores!
Doce fel
eu acho que já conheço
os seus passos
os seus abraços
mas eu me vejo só
tão só
sem nós
e com tantos nós
eu acho que te conheço
mas eu me vejo
no meu avesso
quando te procuro
não devo
e me atrevo
esperançar
espero o ar
poder te amar
sem amargar