Ivo Chissano
Estas palavras dedico às minhas filhas.
Amor de pai não tem igual, aconteça o que acontecer, estaremos sempre juntos.Vós amo muito meus amores, Wanga, Cataleya, Ema e Malika...
Hoje sinto um vazio dentro de mim, que já faz alguns dias, uma coisa que não sei como explicar, é tipo um vazio que preenche toda minha alma, uma coisa que parece que vai explodir a qualquer hora. Uma sensação terrível, uma vontade de fazer não sei o que, uma sensação de que vou vomitar tudo que tenho dentro de mim a qualquer momento, um nojo imenso de algumas pessoas.
Conforme o prometido, amanhã a hora que lhe aprouver estarei na casa comum a sua espera para lhe amar até amanhecer.
Existe um grande motivo na minha paixão pelos poemas...
Pois nós poemas, eu volto ao ventre da minha querida mãe Ema...
Hoje passo a vida a escrever poemas, porque neles eu me reencontro com a minha amada Ema...
Enfim...!!!
Infinita e a saudade que tenho de ti Mãe...
Escrevo poemas de amor, porque tenho muito amor no coração. Vivo a doçura do amor, porque sempre fui amado p'la minha mãe.
Sinto falta do teu carinho, dos teus beijos e abraços, das tuas palavras, do teu olhar doce e meigo. Sinto falta de tudo em você, sinto falta de nós os dois juntos. Amo você e estou morrendo de saudades tuas!
Esmere-se em agradar a Deus, e Ele satisfará os desejos do seu coração. Fique firme e conserve sua fé, porque no tempo de Deus nunca há atraso, nem antecipação. Tudo acontece, exatamente, na hora certa. E, quando menos se espera, lá está você realizado.
Ainda me lembro do dia em que nasci, numa manhã fresca, por volta das 07h23, de um ano tão longínquo que me lembro tal como se o tempo não tivesse passado por mim, no Hospital Miguel Bombarda, na bela cidade das acácias, Lourenço Marques, lugar onde a minha infância vivi, aí ainda sinto o cheiro nas minhas entranhas daquele tempo. Hoje, distante dela, algures aqui pelos lados da Matola em busca de um novo amanhecer de esperança, ouvindo o cantar dos pássaros, sentindo a frescura das águas do Rio Matola... saudades, saudades, saudades do tempo em que o tempo não era tempo, o tempo da primeira idade, de quando ainda podia sonhar...