Ivana Santana
Igualitários da pluralidade, da massa, da determinante multiplicidade do que se deve ser. Desculpe-me,sou singular!
Paixão, pulsação, vermelho de desejo, de emoção!Cuidado, a loba despertou! Sossegue. Quero ele. Vou ter ele!
A vida da gente pode ser definida como uma tela em branco, onde dia a dia vamos colorindo, enfeitando com paisagens, passando a tinta no que não foi e desenhando o que virá... Nessa vida que é uma arte, somos protagonistas de nossas próprias obras: o saber, o ofício, as sementes...
Quero falar de mim,sim de mim, estou olhando para mim! Os dias me ocuparam com os encargos,com o futuro, com o indeterminado e esqueci de mim, pode?
Esqueci de me amar, de me admirar,de encantar de mim! Lembrei de mais das coisas,das pessoas,das contas,dos fazeres,dos deveres...Fui prendida como em redes, do estigma, do folclore de idéias, da moralidade. Fechei meus olhos,perdi os sentidos.Fui intensa no que se diz correto,fui hábil em praticar o "certo" e dedicada em não questionar: sim mamãe,sim papai,sim pra você,sim senhor.
Hoje? Sou senhora de mim,sim eu mesma:Sim meu querer,sim minha vontade,sim meu prazer.
Me descobrir! Perdoe-me por de agora em diante ser egoísta de mim,ou melhor, não vou pedir perdão,vou ser SIM pra MIM!!!!!!
Por que sim? Por que tão exato? Meu sim é contraditório, meu não , não é não ,meu sim pertence só a mim.
Seu charme em insistir-me, sua inquietação em querer-me, sua teimosia em não desistir-me, me fará ser assim, ser... eis-me a ti!
Que Marcella cresça
1 metro
2 metros
3 metros
Um monte de metros
De alegria, de saúde, de traquinagens, e de marmelagens!
Que Marcella engorde
1 kilo
2 kilos
3 kilos
Um monte de kilos
De inteligência, de descobertas, ela é atleta!
Que Marcella seja
1 ano
2 anos
3 anos
Um monte de anos
Feliz, saudável, sorridente com um monte de dentes, e sempre!
Sou sujeito, sou direito! Sou humano!
Hu- mano? Ah, mano!
Mano indígena, mano afro
Mano cigano, mano ribeirinha e quilombola, mano refugiado.
Minha diáspora, minha ancestralidade, minha huma-idade
Não extermine minha cor, meu gênero., minha humanidade. Meu chão, meu pão, tanta inflação, sem condição...
Crianças, infâncias, órfãos, velhices, se tenho ou não necessidades que o normal chama de “especial”. Sou humanidade!
Minhas crenças, minha descendência, não há inocência, existem carências....
Respeite, respeito!
Todos os direitos, os empregos, dos ordenados, os tratados.
Minha moradia, a saúde que se via, todavia, só morria...
A criança que sorria, só o ECA não bastaria...
Direitos, respeitos, humanos...Precisaria?
Humanos, falhamos, erramos...
Nos endireitamos... o Ser singular, Ser plural, Ser igual, Ser único. Ser direito e Direitos para ampliar o meu e o seu estágio, HU-MANO!