Isabelli Bidinoto

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Ela, a escuridão, o silêncio e seu quarto.

Ela via o sol se pondo e seu coração sentia um imenso alívio.
Era estranho saber que ela se encaixava tão bem na escuridão.
Talvez seja um pouco triste dizer, mas sua alma descansava feliz quando a lua brilhava em sua janela.
Ela escutava o barulho do silêncio e sorria agradecida.
Seu refúgio era essa quietude, sempre reconfortante.
Ela fechava os olhos e agora chorava desprotegida, sem medo e sem receio.
Poderia enfim se livrar de todas as lágrimas que segurou durante o dia.
Seu travesseiro era onde sua raiva fluía, depositava nele toda a sua angústia.
Sua coberta trazia segurança, era a única coisa que abraçava seu corpo calada.
Suas paredes viam todo seu sofrimento, entendiam cada detalhe de sua tristeza.
“É engraçado” ela dizia “acho que meu quarto é o homem que nunca encontrei.”

Sou poesia que quer ser lida.
Sou flor que quer ser vista.
Sou amor pra toda vida.
Sou moça bem vestida.
Sou aroma pra toda brisa.
Sou namoro sem despedida.
Sou menina agradecida.
Sou mulher arrependida.
Sou velha aborrecida.
Sou toda desiludida.
Sou totalmente, sem medida.

Vi os dias passando e nada de você passar na minha casa.
Ouvi o barulho dos carros lá fora, mas não ouvi o barulho dos seus passos na minha escada.
Senti o perfume gostoso da primavera pelas ruas, mas o seu perfume não estava em nenhuma delas.
Li mensagens de pessoas alheias, desejando ver seu nome entre elas.
Me perdi em abraços, sabendo que apenas no seu eu me encontrava.
Ainda penso em casar, mas só quando eu ver sua imagem no altar.

No teu fogo virei brasa.
No teu gelo virei água.
Na tua boca sofri calada.
Na tua voz não fui chamada.
No teu olhar fiquei hipnotizada.
No teu corpo fui desonrada.
No teu andar fiquei parada.
Na tua casa fiquei desabrigada.
Na tua coberta fiquei destapada.
No teu cigarro não fui tragada.
Na tua bebida fui vomitada.
Na tua música não fui escutada.
Na tua letra não fui riscada.
Na tua folha não fui desenhada.
Na tua vida, fui só um nada.

Essa poesia não é sobre amor

Meu coração não bate amor.
Minha alma não reluz amor.
Minha boca não canta amor.
Meu corpo inibe amor.
E se falássemos um pouco sobre dor?
Meus olhos choram dor.
Minha pele transpira dor.
Meu espírito vê dor.
Meu caminhar procura dor.
Nem tudo é sobre amor.
Liberte-se também para sentir dor.

Os olhos estavam cansados de chorar.
O coração apertado de doer.
A alma recuada por sofrer.
O corpo farto por pertencer a uma menina tão distante de si ser.