Isabelle Figueiredo

Não tive coragem de lhe mostrar minhas feridas, elas ainda estavam abertas, ainda sangravam.

É uma explosão tão brilhante, é tão bonito ver essa variedade de cores no céu. Elas falam, e dizem que um novo ano acabou de começar.

Sou um pouco de dor, um pouco de angústia, um pouco de amor, e muito de solidão.

Tu acha que eu já sei, mas eu ainda estou tentando descobrir.

Sem distino eu estou seguindo, tentando ver alguém, ou te encontrar, pra lhe dizer que sem você eu vou me perder.

Tu sabe que é mentira. Então para que fingir acreditar? Nem a você mais tu engana.

Deixe-me sonhar, com o sonho que eu fiz pensando em você, pensando em nós.

Prefiro meus desesperos, minhas desgraças, minhas lágrimas, meus exageros, a ouvir você falando de você.

E eu que lutei contra os meus desejos cruéis, não encontrei mais nada para me libertar. Não havia mais em quem confiar, não tinha mais chance de encontrar a saída para qualquer lugar, onde nada fizesse meu mundo desmoronar. Foi difícil, olhar e não encontrar mais aquele sorriso, ele nunca mais se mostrou. Se distanciou... e foi assim que eu encontrei a dor que sempre existiu em mim. Os dias voaram, eu continuo com o lápis na mão escrevendo nessa mesma página a meses, não adianta olhar para o relógio, os minutos parecem sempre os mesmos. É um sufoco andar pelos mesmos lugares, ver os mesmos rostos, mais não o rosto que eu preciso ver.

A minha primeira impressão nunca chamou atenção.

E de mim sobrou apenas um caderno de lembranças, jogado no chão do meu quarto.

Por onde eu vou ouço sua voz cansada.