Isabel Stilwell
Um dos efeitos secundários de viver é o de magoarmos por vezes os outros, mesmo aqueles de quem mais gostamos.
Há momentos em que queremos desesperadamente ser mais uma pessoa do que outra, ou porque o cansaço da rotina nos impele para a montanha-russa ou porque a montanha-russa torna a rotina deliciosamente atraente. E é por isso que nunca podemos jurar onde está a felicidade.
A paixão, e o amor, não entram no jogo da facilidade nem dos lugares-comuns. Ou seja, é preciso mais imaginação, mais investimento, mais criatividade, mais vontade de não ficar quieto e parado no mesmo sítio para sentir de novo borboletas na barriga e as pernas tremer. É preciso espantar-se a si mesmo, ao outro e aos respectivos cérebros.
Apesar de todos os riscos, inclusive o da insanidade temporária, o mundo só muda quando aceitamos rodar com ele.