Ioneida Braga
Corri atrás de um amor que um dia imaginei.
E deixei -me escravizar pelo que eu inventei de mim, coração...
E na quietude dos ventos ou nas tempestades
fiz um mergulho secreto em ti,
esperando por um amor que nunca veio.
Então secou-me de vez a iluzão...Sabe coração..
tive muitas razões para duvidar
de tua razão.
Ioneida Braga
...não há ninguém, só o inverno de jardim negro, e a noite, e a chuva, e o vento,
um velho sueter aconchegado ao corpo, uma xícara de chá quente...
Apenas caem as gotas lá fora uma a uma,
dividem o frio de um poema terno,
Poeta e poesia são aconchegos do inverno.
Coragem nem sempre é vencer,
mas, ter coragem de reconhecer
que precisa conseguir vencer.
Em qualquer tempo "o ontem", já passou.
O certo é viver,
reconstruir amor, fé, esperança e alegria, acreditar que em cada amanhecer,
"O hoje", é outro dia.
VIVER PLENAMENTE
O mundo é ignóbil às hipocrisias, às existências degradantes.
Mas, são muitas as vertentes,
no viés das possibilidades.
Viver plenamente ou apenas sobreviver
é uma escolha,
Ser ponto final ou reticências...
Nossa história de amor
é pura magia...
sem teorias,
só assim do nosso jeito apaixonado,
sugando até a última gota
dos cuidados de sermos pétalas
um do outro.
MEU FLORESCER
Da sacada do tempo regava
meu eu florescer,
enquanto não vinham flores
Eu colhia as cores.
Como os girassóis segui o sol.
Pisei chão abstrato, aceitei recomeços...
Vi na tempestade,
apenas a oportunidade de sobreviver.
Escolhas são assim.
A noite as serenatas nem eram para mim.
Mas, o coração regava esperança,
sonhava em noites de lua.
Uma estrela solitária sempre
vinha sorrir para mim.
Sonhos decoravam minha alma.
Plantei meu próprio jardim.
SIM, POETA...
...Em dias bons sou poeta...
Em dias maus sou poeta...
Em dias, apenas dias, sou poeta...
E sou poeta...
os dias não contam...
O poeta sou eu...
...Os dias são meus.
Só poeta por trás dos vidros
das janelas...
no rolar grotesco,
empurrado penhasco abaixo.
E para a calmaria em que a alma
escorrega silenciosa...
E quando mais nada houver
embaixo dos tapetes...
Sim...Quem sabe...
Quem sabe.
Onde nasce a estrada
que traz a madrugada,
tão longa,
onde começa
a escuridão.
Quem responde,
se os monstros são reais,
todavia, se sim, não são iguais
aos monstros de minha imaginação.
Versos lindos, imaginados,
elfos, duendes, lendas, jardins,
noite estrelada, corações apaixonados,
ainda puros, guardados estão.
Esses que me rasgaram a alma
avessos são ...
E quando tiverem os braços abertos,
versos apenas serão,
os excessos do coração.
O meio da tempestade,
o último grito do navegante,
o barco que vira na cerração...