Inaée Porto
E fez-se o caos.
Reinam as desigualdades
Imperam as corrupções
Valores se dissiparam
E geraram essa podridão
Um novo mundo foi formado
Distorcido, desequilibrado
Como integrante deste mundo
Sinto-me enojada
E mesmo nesta etapa
Recuso-me a desistir
Fazer a minha parte
É o que se espera de mim
Mas se fosse mandatório
Sucumbir para existir
Entregaria minha vida
Porque o que me anima
É a sabedoria de que
Entre esse mundo e eu:
Eu sou mais eu!
Surpresas do Destino
Alguns anos se passaram
Bruscamente, a mim reencontras
E aquilo que era memória
O presente retoma
Não atribuo à coincidência
Essa arquitetação do destino
À sincronicidade a mea culpa
Deste momento lindo
E como disse Arthur da Távola
Sobre afinidade
Fomos aprimorados
Na oportunidade
No raciocínio temporal
Contradigo-me.
Já que no final
“tempo e separação
Nunca existiram”
Para Ganhar a Corujinha
Desenho escolhido
Agulha na mão
Tecidos diversos
Enfeitam os vãos
Aquela cuja olhar se enche de emoção
Ao ver sua arte
Ganhando expressão.
Amor e talento são lindos de ver
Se realizarem
Através da arte
Da Elis Ateliê
Ei, menina!
Tu que muito ouves e pouco falas
Esta é a tua hora
Levanta, ousa e causa
Teu amor é o mesmo
Tuas preocupações também
O que agora difere
É que além do outro alguém
Tem tu também
E apesar das tentativas
Muitas das quais já chocam
Tanto ainda guarda para ti, menina!
Tanto, por dentro, ainda choras
Guardas os problemas do mundo,
Daqueles quem tu amas
Mas isso só tu sabes
Com isso só tu cansas
Então para muitos há indiferença
Devido ao seu jeito de ser
Felizmente ou infelizmente
Nenhum sabe o que se passa
Nas profundezas do teu ser