Igor Britto
Levanta-me
Não consigo sair daqui...
Quero uma razão para existir, mas tudo que sinto é sufocamento.
Dor...
Não consigo levantar.
Existe uma parede entre eu e o sol...
Existe dor...
Não posso me expressar.
Queria ao menos sorrir, para que algo seja claro para mim.
Dor sem fim...
Não consigo existir em mim...
Suporte minha falha e conceda-me uma mão...
Levanta-me!!
Não consigo não sentir...
Não pertenço a este lugar, e tudo que eu vivo e respiro é tão somente...
Dor...
Alguém por favor me tire daqui...
Antes que eu saia de mim.
Dito isto...
Sou tão simples e verdadeiro, que ao me esconder do medo, me insulto ao destempero e a fala audaciosa.
Não faço bem o papel de anônimo ou cantante apaixonado.
Prefiro a lingua solta ao verbo e o coração aberto, mesmo que ao entento, eu veja o porquê!
Mas assim como as falas, nem tudo é entendido ao ponto que se explique.
Os amores nem sempre são razões e as razões nem sempre cantam versos.
Apenas acontecem, sem "porquês" ou perdão, aos pobres e incorruptíveis corações.
A dessintonias e descompreensões das palvras, trazem o caos da linguagem.
No entanto fazem sentido aos emotivos sentidos das paixões.
Mesmo que vagas as emoções, nunca serão insignificantes, tendo em vista as passageiras ilusões ou se assim melhor dizer, "alusões", aos transgressivos amores, que nos ensinam a sangrar por sangrar.
Pela simples e terna ou "eterna" afetuosidade do apego incondicional e real.
Por mais que os anjos ditem negatividades, eis que somos jovens ao princípio de entender e ao conhecer.
Somos o que nos torna fortes ou despedaçados.
Isto nos cabe ao sentir ou não.
Uma devasta cor do silêncio e um enorme vazio a nos cercar.
Somos pó e apenas isto?
Sou apenas um rapaz simples de coração.
Apenas mais um mais um rapaz.
Vazio
As pessoas socializam-se demais...
A todo instante cercadas de espaços, e esvaziadas de si.
O que deveria ser dividido, se retem por egoísmo.
E o que pouco importa, se transborda em caridade.
Convendo para que se faça o bem,
troca-se a esmola por sorriso.
E por tão pouco, vendem-se eternidades.
Em tempos de "tapinhas nas costas"..
O abraço desencontra o abrigo.
A verdade desconhece o amigo.
A saudade não passou de um verso perdido.
A metade esvaiu-se de mim...
E de nós, compartilhados em lembraças..
Restam nem mesmo heranças..
Mas tão breve, um "até mais".
Distruíbido em pedaços.
Tão ausente de espaços..
Longe de tudo que me fez assim.
"eu"
Mais perto de mim...
Tão perto de mim...