Iasminny Loiola
Tudo é uma questão de suporte, paciência e resignação. A emoção, em equilíbrio, ajuda, a razão prepara, mas o suportar-se com a ciência da serenidade em ação, é o sustentáculo de uma vida sem ilusão.
À medida que se rotula o outro, você se apresenta. Fala e representa-te. Esse assujeitamento também é você.
Aos desejos sombrios,
Às representações facetárias,
Ao gozo pelo sofrimento alheio,
Às ideologias que segregam,
Ao desamor que nos fragmenta,
À perversão que romantizamos,
Ao caos que se diz superior,
Ao déficit que se manipula,
Ao espaço-fala obscuro,
Ao desgoverno em vida,
Morte, apelo, exoneração.
Falar de racismo, sem a vivência e a compreensão do movimento que é a luta de classes, é um caminho ideológico e não resolutivo.
A vida é um doce gozar de frustrações e prazer, cabe a gente não esperar. Apenas viver um dia de cada vez.
A emoção, em excesso, filha da intensidade, é a fagulha da perdição. É caos emaranhado com dolorosos e transmutadores aprendizados.
Todas as nuanças que englobam uma existência terrena precisam ser vivenciadas com muita disciplina, maturidade e prudência. Por isso, cada fato e fator possui o seu respectivo tempo.
Não sei o que é mais ou menos.
Ou é fato, ciência, espiritualidade
Ou não é nada. Falta que falta,
Sede em excesso. Meias verdades
São fantasias que fazem a sua perversão gozarem uma verdadeira agonia. Calmaria em calamidade.
Na dor, a leveza voa
Verborragia que sustenta o vazio
Política do Cancelamento: Cultura, documento
O “não importar-se”, já se importando, o representante
A voz, a cor, a raça, a cega religião, o sexo, a carne
É corpo em movimento, alma em aflição, morte em silêncio.
O batom vermelho, magra, alta, loira, olhos em chamas
O perceber do cantar dos pássaros nem é mais música
Morte em vida, um ser finito, o amor em falência
Ufa! Uma janela, mas o vizinho não é social, ele é chefe
Uma porta, a música, a dor, a dança, tudo cansa.
O outro que completa, o inimigo sempre à espera
O silêncio que faz gemer, o doloroso ser sem ter
Gritar, correr, seguir... Ao passo que sou mulher
Existe vida, em demasia, no excesso do calar
O tu, nós, vós, a força de um todo em ação.
Quais são os cárceres da pós-modernidade?
São eles que nos aprisionam?
A maior perdição do sujeito é observar e contaminar-se, atentamente, com o externo, esquecendo-se do interno. Quando se olha para dentro, aprende-se e inicia-se uma amizade, íntima, com o velho e humano senhor Tempo, sem perder-se com o que o nosso desejo não suporta.
Seria esse fato fruto da obvialidade?
Continuamos falando sobre o óbvio, porque ainda não conseguimos ir para além dele.