Iane Thomé
Um relacionamento ideal na minha opinião é onde deve haver confiança e suporte mútuo. É onde ambos tenham orgulho um do outro, porque não se pode estar com alguém de quem você se envergonhe, ou que não seja bom o suficiente para você. Vocês precisam combinar, se ajustar de alguma forma. Não é como um imã em que cargas positivas atraem cargas negativas, e vice-versa. Opostos não se atraem a não ser fisicamente. Tem que haver desejo, tem que haver passividade, mas também independência. Tem que haver disposição de ceder de vez em quando porque nem sempre os dois vão concordar em tudo. Pra isso precisa-se da amizade, porque não vão haver conversas maduras onde os dois não se conheçam e não se aceitem. E no final das contas não preciso falar que é necessário amor, porque se você sabe lidar com todas as coisas acima, você deve saber que o amor está nas entrelinhas do que foi citado. É exatamente isso que ele é. É exatamente assim um relacionamento ideal pra mim.
Algumas pessoas são como brisa de outono, mas se tornam chuva de verão. Outras são como vendaval , desmoronando tudo pela frente e deixando árduas lembranças a quem por lá esteve. Existem aquelas que são como o calor do sol no inverno. Está ali pela manhã, mas some no fim da tarde sem nos dar certeza de que irá voltar no dia seguinte. E aquelas que nos lembram o mar em dia de maré cheia, nos deixando inseguros e frágeis. Mas felizmente ainda existem aquelas que são como o vento, arrepiando no inverno, amenizando o clima de verão, dias mais fortes, e em outros quase não o sentimos. Mas ele sempre está aí, você sabe.
E de repente andando pela rua reencontrei a felicidade. Conversamos um pouco, trocamos idéias, rimos bastante juntas... Trapaceei. Sempre foi o meu propósito na realidade. Mantê-la trancada em uma cela. Ouvi seus gritos. Ela ansiava por sair. Tomar seu rumo. Ir embora outra vez. Mas eu respondi " você não vai me abandonar de novo". Não, ela não vai. Não desta vez.
Todos os momentos de tristeza desapareceram como em um passe de mágica. Toda a angústia e as dores foram sanadas. As feridas já não se encontram lá. Não, não foram cicatrizadas. É como se eu nunca tivesse me ferido. Não, não me feri. Acordei feliz acredita? Me peguei sorrindo no espelho.
Que os nossos pés tomem o mesmo caminho. Que a nossa vida tome o mesmo rumo. Que os ventos nos unam a cada fim de tarde, e a cada amanhecer.
De tudo o que a vida me ensinou, aqui estão os de maior utilidade. Idade não define maturidade, a maioria dos homens de 30 permanecem com mentalidade de 16. Que dar conselhos não significa segui-los. Escutar nem sempre é guardar para si o que ouviu. Que obedecer não é sinônimo de ceder. Que amar é estar ao lado de alguém em qualquer circunstância, o que nem todos nós somos capazes de suportar. Que esperar não significa ficar parado de braços cruzados. Que você só reconhece os verdadeiros amigos em momentos de fúria ou solidão. Que passar a mão na cabeça de alguém não vai protegê-lo. Que dar nem sempre nos faz receber. Que a realidade não sufoca nossos sonhos, mas o sim o medo de enfrentá-la por eles. Que ver não é enxergar. Que nos frustramos inúmeras vezes tentando achar a pessoa certa, e essa por sua vez só aparece quando menos esperamos, menos procuramos... quando damos uma volta à beira mar, só por dar.
Eu não acredito em contos de fadas, muito menos na perfeição dos romances. Não acredito no homem certo, na mulher certa, no destino e naquela velha frase "não era pra ser". Não acredito, definitivamente. Mas sim, eu acredito que em um relacionamento onde ambos estão dispostos a trabalhar arduamente para que dê certo e a remar juntos até em dias de maré cheia, eles passarão por qualquer coisa e continuarão unidos.
Me peguei pensando em como você tem mudado minha vida. E como estar na sua tem me feito feliz. Me peguei pensando em todas as noites que eu tenho ido para a cama dormir sorrindo... como uma boba. Me pequei pensando no teu cheiro, no teu beijo, no teu abraço. Me peguei pensando em te dizer certas coisas que eu sinto quando estou contigo. Me peguei pensando em dizer que fico nervosa ao ponto de esquecer o que eu ia falar. E em como o meu coração bate forte, ou melhor, entra em desespero quando você me abraça. Já pensou em senti-lo? Ja pensou em não me soltar nunca mais? Ja pensei em te dizer que Deus me avisou da tua vinda, mas talvez isso te assuste. Já pensou em ficar pra sempre? Eu tenho pensado nisso todos os dias.
É estranho quando alguém aparece na tua vida, e do nada esse alguém te muda pra melhor. E ele derruba teus muros, afasta teus medos, e te transforma por dentro. Acho que eu entendi tudo o que o abraço de alguém pode dizer. Acho que eu aprendi o que é ter alguém do teu lado aconteça o que acontecer. Acho... Acho não, tenho certeza que compreendi os milagres que o amor pode fazer.
A raça masculina era para mim como soldados em um campo de batalha. Dissimulando. Agindo traiçoeiramente. E eu? Bem, era apenas um soldado forasteiro. Exausto demais. Ferido demais para lutar contra aquele batalhão. Mas antes que eu pudesse desistir, você me aparece em missão de paz. Me desarma. Me resgata. E me mostra que toda regra tem sua exceção. E você foi a exceção mais linda que aconteceu na minha vida. Nunca fui tão feliz, admito.
É tão estranho alguém que realmente goste da gente. Que tenha paciência. Que tenha cuidado. Que te suporte, e dê suporte. Que permaneça do teu lado. Que te proteja. Que te faça rir. Que não te deixe cair. Alguém que te levante, e te mantenha no alto. Alguém cujo esse alguém tenha se esforçado para aprender a conviver com as tuas neuras e teu mau humor diário. Alguém com falhas também. Alguém imperfeito. Alguém humano. Tão humano que me humanizou.
Passei minha vida toda seguindo a regra masculina "pisa que ele gruda, gruda que ele pisa". Mas sabe, com o tempo a gente aprende que isso é apenas uma das regras de conquista. Conquistar é tão fácil. Mas manter são outros quinhentos. Você não pode pisar em alguém esperando um beijo de volta. Manter alguém do seu lado é basicamente uma troca. Uma troca de favores, uma troca de suporte, uma troca de sacrifícios. A troca do medo por coragem. Muita coragem, aliás. Coragem de deixar seus planos às vezes de lado. Coragem para acordar todos os dias com disposição para demonstrar a esse alguém o quanto o ama. Coragem para aceitar que manter alguém com você não é pô-lo à frente, ou deixá-lo atrás, mas sim ao teu lado, no mesmo ritmo.
Não, eu não tenho mais medo de ser largada, trocada, deixada no canto da sala quando o trabalho dele o impedir de vir me ver. Eu não tenho mais medo de ser aquela a qual ele busca conforto nas horas vagas. Aquela a qual ele olha nos olhos buscando olhos alheios. Meus medos mudaram. São medos novos eu diria. É isso o que me aterroriza, afinal. Tenho medo porque meus olhos acompanham as palavras por ele escritas. Medo porque eu tenho mudado sem ele sequer ter me feito algum pedido. Medo porque eu nunca quis me sentir tão próxima de alguém como quero me sentir dele. Na verdade, eu nunca quis estar na vida de alguém como eu desejo permanecer na dele. Medo porque no final das contas eu o amo, e sinto que ele me ama também. Medo pela dificuldade em usar a palavra “amor” face a face com ele. Medo pela dificuldade em citá-la quando estamos ao telefone. Medo pela distância oceânica em que nos encontramos após tantas conversas. Medo por me entregar para ele da forma que nunca quis me entregar a ninguém. Medo por querer ele grudado em mim, embora eu abomine essa prática insuportável dos casais. Medo por dizer e fazer coisas as quais eu repudiaria em pessoas apaixonadas. Medo por estar escrevendo esse texto. Medo porque ele derreteu o gelo que protegia meu coração, fazendo com que a água transbordasse pelos meus olhos. Medo porque quanto mais eu estou dentro, mais o sinto fora. Medo porque eu nunca senti por alguém essa imensidão que sinto por ele. Mais medo ainda de me perder dentro dela.
Peixes não vivem fora d'água, e aves não respiram nela. Estamos fadados ao fracasso. É uma perda de tempo. Eu sei, eu sei. Mas eu quero perder tempo com você.
Mas eu gosto de cara romântico, aquele bem do século passado. O cara que abre a porta, e puxa a cadeira pra tu sentar. Aquele que te põe à frente e se ajoelha, se preciso, pra te ajudar a calçar o teu sapato. Aquele cara que canta olhando no teu olho. Que manda flores. Que escreve cartas de próprio punho. Que te beija a testa e a ponta do nariz. Esse tipo bem bobo que as garotas dizem ser " sem graça". Me encanto mais ainda por aqueles que tem coragem de admitir que choram, que são fracos , que são frágeis. Sou apaixonada por homem que sabe que acima do fato de ser homem, é humano.
O que é o amor? Bem, o amor é uma loucura. É uma doença crônica. É o avanço e o atraso. É como estar em depressão e ser a pessoa mais feliz da face da terra simultaneamente. O amor é uma perca de tempo. O amor é cansativo. É uma luta diária. O amor não é como sentir borboletas no estômago. O amor é a cabeça vazia, e o coração cheio. É ter fome e alimentar o outro. É cair na lama e permanecer lá. O amor não cega, mas ele aceita. Aceita até demais, às vezes. O amor é estar só quando se está acompanhado. O amor é desrespeitar a si, mas respeitar quem está ao teu lado. O amor transforma a grama em pinheiros. O amor não é um conjunto de palavras pela metade, ou atos forçados. O amor é um salto de paraquedas quando se tem acrofobia. O amor é um cavalo não selado fugindo com a princesa. O amor é um conto de fadas ao avesso. O amor são dois dragões em fúria. Tem sorte aquele que diz: Das coisas do amor, eu desconheço.
Ah, mas eu sinto falta dele. Sinto falta da sua risada escandalosa. Sinto falta do seu egocentrismo. Sinto falta das suas piadas sem graça. Relembro as noites acordada pensando nele... bem, elas não mudaram. Eu me imagino chegando, e ele me abraça. Eu imagino seus dedos entrelaçados aos meus, e nossas mãos na posição errada. Logo a soltamos, estava desconfortável. Mas ele segura a minha de novo. Agora está melhor. Eu imagino o seu beijo. Nossos dentes batendo. A gente para. Rimos juntos da situação, logo voltamos a nos beijar. Eu imagino ele acariciando minhas mãos enquanto toco seu cabelo. Enquanto o mundo para naqueles olhos celestiais, eu não desejo mais nada. Ah meu Deus, eu sinto tanto sua falta. Eu imagino nós dois deitados. Enquanto me aproximo o escuto falar que o que eu quero é um apoio para dormir já que estou longe do travesseiro. Na verdade eu só queria estar próxima do seu corpo. Eu detesto quando ele “descasca” meu esmalte, mas o fato de ser ele fazendo isso me agrada. E eu lembro de nós dois dançado o passo do “bêbado”. O garçom estava rindo, assim como nós... de nós mesmos. Foi divertido. Nosso primeiro beijo parecia o primeiro beijo de duas crianças. Ah, ele foi tão tímido. Eu me apaixonei por completo. Quando me pediu em namoro eu basicamente pulei em seus braços. Eu ainda não acredito que eu o tive. Ah, meu Deus, eu tive você! São coisas das quais eu não quero esquecer. Eu não vou esquecer. Deus sabe que eu não vou deixar passar. É tarde demais pra seguir sem você
O tempo passa, o querer se esvai. Os dias não mais são um caos. As lembranças já não incomodam. Ah, ninguém deseja saber como é não ter saudade daquele que ama. É por isso que tantas vezes penamos para nos manter presos dentro do que já não temos. Há quem diga que é um bom tormento, uma boa maneira de se auto manipular. Pois dentro as tantas vidas que vivemos, aprendemos que o lado mais triste do amor é o não mais amar.
Aprendam, há uma diferença entre ser sincero e ser grosseiro. Há uma enorme diferença entre ser justo, e fazer o que é correto. Há um abismo entre achar que devemos fazer algo, e pô-lo em prática. Se não é pra ajudar, aprenda a ficar na sua. Muitas vezes quando a boca fala demais, os olhos veem de menos.
Eu tinha minhas dúvidas quanto a existência do amor. Então baixei minha guarda para que caso ele existisse, pudesse entrar. E eu vi pela primeira vez o que meus olhos nunca enxergaram. Eu vi que o amor é algo inabalável, e inevitável. Eu vi um pai dar a vida por um filho. Uma mãe trabalhar duro para sustentar sozinha uma família. Eu vi uma adolescente à beira da morte sorrindo por dar a luz a uma criança. Eu vi um mendigo alimentar seu cachorro. Vi uma mulher deixar seu orgulho de lado e triturar todos os seus medos interiores de infância, todos os seus problemas, e a sua condição de impossibilidades humanas para alcançar a vista do homem que ama. E eu vi o homem que ama voltar sorrindo mesmo depois da guerra, mesmo depois do sangue em sua roupa. Depois de tudo, vi Deus olhando por todos estes com um olhar de ternura. Foi então que percebi que o amor é algo divino, algo inquebrável. O amor não aparece do nada, mas já nasce e cresce conosco. Porventura, nos vem aqueles que intensificam este amor. Aqueles os quais devemos amar e respeitar até em dias de chuva. Dias que o céu parece não se iluminar, e o mar encontra-se furioso. Nos dias em que achamos que o barco vai virar. E se ele virar, vamos nadando até a areia. Se não tivermos mais forças, deixemos na mão de Deus nossas mãos entrelaçadas. Porque isso é o amor. O amor não é só feito de sorrisos e momentos felizes. O amor também é tristeza e desespero. O amor é a vontade de ir embora quando teu corpo quer ficar. O amor é alimentar o outro quando a fome está a nos matar. O amor é afogar-se dentro de si, na espera de que o outro voltará para te salvar. O amor é confiança. É uma coragem dentro de nós que nem sabíamos que poderia existir.
Acho que na verdade todos esperamos por alguém com quem possamos viver uma espécie de aventura. Alguém que seja capaz de deixar tudo por você e com você. Alguém que acredite e te faça acreditar. Alguém para dividir sonhos, segredos, ambições... Alguém que bote fé na gente! Alguém com quem possamos não só fazer planos, mas realizá-los. Alguém cujo esse alguém nos faça querer envelhecer ao lado.
Quando eu disse que achava que era amor, na verdade eu tinha certeza. Mas eu preferi guardar por vergonha, cautela. Ah sim, amar é algo vergonhoso e humilhante. O amor é uma quebra do orgulho humano. Te deixa submisso, exposto e aberto a conturbações emocionais e psíquicas. Me mantive trancada por dentro com a certeza de que ser fria era o certo. De que agir com a razão iria me manter no comando de mim mesma. E eu me fechei. Eu me fechei tanto que você foi embora. Você foi embora sem eu nunca ter tido a chance de te olhar nos olhos e dizer o quanto eu o amo. Ah não, eu nunca disse a ninguém, queria te-lo dito a você.
Não confundam orgulho com falta de dignidade. Falta de dignidade é você ir atrás daquela pessoa que você pegou com outra, que mentiu pra ti ou te humilhou propositalmente de alguma forma. Orgulho é só um "arma" infantil de defesa que usamos pra nos sentirmos seguros e por cima da carne seca, quando na verdade estamos por baixo.
É engraçado o modo como tratamos uns aos outros, como máquinas. Ah, você tem que ser forte o tempo. Ah, você não pode errar. Até porque máquinas são programadas, e se alguma não funciona corretamente mandamos pro lixo. Você tem que saber exatamente o que fazer e como fazer. Tem que escolher o que é certo, sempre! Mas se erramos não podemos nos desculpar. Palavras não bastam. Nossos atos são interditados. Tentamos conversar. Tentamos fechar a boca e abrir o coração, mas é impossível. As pessoas não querem ouvir ou ver quando o ego está ferido. Do que adianta tentar se vão nos parar no meio do caminho nos chamando de "monstros" e apontando nossos erros? Às vezes eu me pergunto até onde devemos nos sujeitar por alguém.
O amor são vários cigarros na mão de um fumante convicto com problemas pulmonares. Você acha que não pode viver sem, até perceber que está te matando. Ainda há quem morra por conta do tabagismo.