Hugo Rioli
Pr'os outros, eficaz
Aqui dentro, um vazio
Pr'os deveres, um Apraz
Pra dormir, um Rivotril
Conquistei alguns diplomas
Mas meu peito ainda dói
Nele há cortes, hematomas
E finjo que não me destroem
Eu finjo que não me destroem
Me desfiz do que amava
Por mera aprovação
Já nem sei se tenho tempo
Pr'a costurar mеu coração
- Vazio
Era inevitável
Que eu viesse
Por onde escolhi
Só não era cogitável
Não te ter aqui
Pr'a me ouvir
Chorar, me arrepender, lembrar de você
- Inevitável
Busco minha luz
Meu caminho de vida
Minha missão
Te venda e vem ver
O castelo que fiz
Com minhas próprias mãos
- Inevitável
Nego que tudo que sinto por ti não tem dor
Pois há uma que de tanto encher meu peito, transbordou
E jogou minha sanidade fora
Sem aguardar a aurora pr'eu me preparar
Nêgo, peço tanto a Deus pr’a disso me livrar…
- O Que Não É Amor
Não me pergunte o porquê
Nem sei se é por você
Se você insistir, grito:
Não sei… Só sei
Que quero tirar de mim
O que há dentro de mim
Pr'a ti
Que não é amor
- O Que Não É Amor
Tento me valer das coisas que você me diz
Mas a minha ansiedade chega e te contradiz
Harmoniza minha insegurança
Faz a esperança aqui se dissipar
E no meu peito espinhos se esforçam em dilacerar
- O Que Não É Amor
Preciso me encontrar de novo, vem me resgatar
Não tenho forças pra sozinha subir no altar
E beijar teus pés descalços
Com todo percalço te pedir um lar
Não lembro mais de quem eu fui antes de aqui estar
- O Que Não É Amor
Me abro sem cobrar ingresso
E à ti declamo um verso
P'ra você ficar
No som, a nossa canção
Cheia de emoção
P'ra te emocionar
Mas nem ficas, nem choras
Nem sei mais o que fazer
Me dou inteira p’ra você
Chego até a esquecer de mim
E nem assim p'ra você me assumir
- Devota
Hoje a praia tá sequinha
Já estou prontinha
P'ra me bronzear
Sua cerveja está aqui, mofada
A ostra, temperada
É só você chegar
Mas nem bronze, nem breja
Nem sei mais o que fazer
Me dou inteira p'ra você
Chego até a esquecer de mim
E nem assim p'ra você me assumir
- Devota