Hugo Hofmannsthal
É duro para alguém bater-se com uma sociedade dominante, mas é ainda mais duro ter de postular uma que não existe.
A música clássica do amor é em tom maior, a romântica em tom menor. O amor moderno é uma fraca melodia, sobreinstrumentada.
Crianças precoces e velhos imaturos há bastantes em certos estados em que o mundo por vezes se encontra.
As pessoas são muitas vezes escravas da sua arbitrariedade, mesmo em si próprias; mas é espantoso que elas saibam tão raramente aplicar a sua vontade.
Não há duas pessoas no mundo que, por uma indiscrição diabolicamente concebida, não possam vir a tornar-se inimigos mortais.
É preciso fazer um esforço para deixar de sentir o presente, como na música para deixar de ouvir o timbre dos instrumentos.
O espírito vence a matéria. A arma mais forte que esta possui na luta contra aquele é a sua transitoriedade.
O que é terrível na culpa é que ela atribui ao medo, o maior mal que existe no mundo, um enorme direito.
Muito poucas pessoas quiseram verdadeiramente sequer um momento só da sua vida, como tão-pouco amaram.
Não há nada mais raro no mundo que a vontade; e, no entanto, a escassa porção de vontade que é concedida aos homens chega para virar todos os seus juízos.
A parvoíce do esperto, a deselegância do elegante: onde é que se radicam? No gosto desenfreado de imitar.