HPJ
A depressão assola, menos no entanto do que as chibatadas que o cotidiano insiste em aferir, sádico, tão inoportuno quanto interromper a vida feliz, no entanto patética, comum, que se faz todos os dias, a opção dos fracos se torna forte...fraco é quem fica, fraco sou eu que não consigo escapar...botar um fim...um ponto final...na tortura do dia-a-dia
Lidar consigo mesmo é mais difícil do que lidar com os outros...a bolha social não é o bastante para se privar de ouvir os seus próprios pensamentos...que de fato são muito mais cruéis do que os proferidos por bocas sujas que não conhecem a fantástica fábrica de imbecilidades e traumas que hospedam esse pequeno crânio.
Há de sonhar e há de alçar vôos grandes, há também de cair, há também de aprender, há também de se culpar por ter aprendido, há também de pensar que não valerá a pena continuar sonhando, combustível para o fim, que quando atingido se torna mais um espaço vazio em um ciclo esperançoso de mudar o que não se pode, de curar o que não se cura, de beber da água que, de tão sem gosto se torna também sem graça