Hortência Grigóstomo
Tente não pensar em mim quando outra pessoa arranhar suas costas, assim nem eu e nem seu prazer existirá.
Você me pede para achar as palavras só porque não sabe que quando estou com você até o chão eu perco.
De que adianta eu pedir para que me deixe em paz se quando vai a primeira coisa que arrasta é a minha paz?
Sei que 99% das coisas que fiz na vida para me divertir foram coisas erradas aos olhos das pessoas e sei também que a opinião de cada uma delas é a mesma: “você não deveria ter feito” e se soubessem antes que eu fizesse: “você não deve fazer”. Mas isso não me importou e também não me importa: Fiz e foi bom, foi maravilhoso, fui feliz, vivi e passei por ótimas experiências e essas pessoas nunca vão sentir essa felicidade porque elas não entendem que viver é o mínimo que devemos fazer nesta vida e que um século dura apenas 100 míseros anos.
Bom mesmo era quando o seu amor por mim era maior que qualquer coisa. Hoje, perto do seu ciúme, ele é quase insignificante.
Acredito que algumas pessoas não se divertem por medo de envelhecer. Como assim? Eu explico: Ao meu ver, pessoas vivem no tédio porque assim o tempo passa lentamente e a impressão que dá, é que o dia foi longo. O contrario disso é quando você está numa festa se divertindo com seus amigos: quando você menos imagina, os ponteiros do relógio estão marcando quase 06:00h.
Sim, uma vida divertida tem como impressão ser bem curta, mas compensadora. Afinal, para que ter uma vida longa sem felicidade? Para que uma vida longa sem ter o que fazer nela? Quem quer uma vida longa?
Eu quero uma vida longa, mas para ser feliz.
Mas qual é mesmo o mundo da lua? Todos dizem que vivo lá, mas não me lembro de ter botado os pés nesse planeta.
Já me perguntaram várias vezes porque vivo e vivo em Marte. A resposta é simples: tenho os meus pés firmes em Marte, nunca me senti em terra na Terra.
Quero que me entenda, não caia no esquecimento que flutua sobre algodão doce e que esquece de voltar para a Grécia.