Hilana Araújo
Que tempos!
Tempo esse que não se beija, não se abraça...
Tempo esse que não se estende à mão, que não se toca, apenas passa.
Tempo que se perde, e ao perder não se despede.
Não se aproxima...
Tempo que arrasa, arruina, devasta!
Tempo que leva
E não reanima
Maltrata
Nem nos meus piores pesadelos de menina!
Tempo que mata.
Sobre esperança...
Ainda criança
Acreditava existir
E mesmo com tanta mudança
Não permito esse desejo ir
Numa folha que cai
No vento que sopra
No dia que vai
Na flor que brota
Sim, nesses pequenos detalhes
A sua presença se nota!
Mas afinal, o que é esperança?
É pensar positivo?
É desejar bonança?
Vamos fazer assim...
Em meio a qualquer definição
Mesmo com tanta aflição
Me faça um favor
Não a perca em vão!
O que você cria é o que verdadeiramente te aprisiona?
Há possibilidade de se libertar?
Nada ocasiona
É simplesmente tão natural a arte de se manifestar
É descaso omitir esse entendimento
É em vão protelar
O processo fica lento
Você pode não suportar
É quando aparentes percepções ludibriam
Dando lugar a uma suposta realidade
Os desejos lhe guiam
Aí meu amigo...
O ilusionismo chega, prende, fascina e gera uma sensação de falsa liberdade
Pronto... ocasião perfeita.
Você se perde
E ainda finge que nada aconteceu
Não cede
E nem faz a menor ideia do prejuízo que lhe ocorreu
A psicologia pode
A psicologia deve
A psicologia não foge
Psicologia de verdade se atreve
Você se engana ao pensar
Que a nossa arte seja apenas "receitar"
Ou a sua "prescrição' passar
Não, não há receita!
Saia do lugar!
Fico aqui pensando
Como é banal concluir
Mas lhe adianto
Não posso apenas me ajustar
Ao que você pensa existir
E por último, sou ser humano
Muito embora o meu diploma aderi
Minha missão é não ao dano
Independente de tudo...
É na sua saúde mental que irei persistir
Tenta afetar
O verdadeiro afetado
E no simples ato de direcionar
A suposta ofensa já tem retornado
É um processo inconsciente
Pois não é sobre o que manifesta
O que lhe incomoda é puramente latente
Necessidade de impressionar é apenas o que lhe resta
O teor do que é exposto
Diz muito mais sobre ele
E não executando nada do que foi posto
Lamenta, talvez até merecesse
E o que é mais preocupante...
A necessidade de subentender à sua frustração é tão intensa
Que passa a usar o simbólico como último recurso
Não pensa
Acredite, isso causa uma inquietude imensa
Um laudo
Uma perícia
E o saldo?
A morte diagnostica!
Pancadas, lesões, hematomas
Num corpo tão frágil
Impossível não deixar sintomas
Não vou questionar aqui tal atrocidade
Faz mal pra mente e coração
Imaginar detalhes de maldade
Apenas deixo a reflexão
E o estado de alerta também
Que a qualquer sinal de agressão
Corpo e mente só clamam por socorro
Justiça, VEM!
A mente é uma coisa...
E se pudesse simplesmente ir lá e consertar?!
Não, não estou doida...rs
Me refiro mesmo à um reparo fisico, abrir e depois costurar
O fato é que a desordem não está na própria estrutura
Por exemplo, na perda de uma massa encefálica
Não, não! É uma disfunção inteiramente psicológica, abstração pura!
O conflito interno ocorre como uma mágica
Então...
Para esse ajuste meu caro, terapia!
Para o que se desconhece, coragem!
O racional aparentemente lhe guia
Descodifique a mensagem
A perda gera medo
Do medo à aflição
Não é sobre ser cedo
É sobre TEMPO de superação
Um segundo passa rápido?
E num "momento" quanto tempo tem?
A cronologia é um percurso mágico
Esperar para se tornar refém?
Uma ocorrência constitui o fato
Já a angústia vem do pensar
Que tudo consiste apenas no seu próprio ato
Ainda pretende protelar?
Sobre o escape:
Encontre a válvula
Regule o fluxo, retire o lacre!
É questão mesmo de engate
Por onde circula não é a saída
O ato em si é MOVIMENTAR
Não permita que o percurso seja apenas de "ida"
Por isso vale a pena tentar
O raciocínio é lógico...
Quando a PRESSÃO interna é muito grande
A válvula vai acionar
O fluido sairá do sistema
E aí já era, o extremo é "escapar"
Ainda não compreendeu?
Vem cá, vou te explicar!
É sobre válvula de escape mesmo
Tudo que acumula, que reprime, que omite
Por isso NÃO, não hesite!
Parece inofensivo
Mas nem te conto sobre o futuro dano
Ahhh que prejuízo...
Quando o que te machucou ALIVIAR!
Seja através de uma foto, um dizer
Uma mensagem qualquer
Um WhatsApp ainda por ler
Não importa, é sobre PASSAR
Não doer
Ficar sem
E ainda AGRADECER!
E o sentimento??
Ahh esse você nem consegue mais decifrar
Pois o ser humano que o protagonizou
Hoje da insignificância não passou
Foi tão patético, confesse:
Que na indiferença ficou
Sim, a banda toca
Mas eu não sou obrigada a dançar
É o meu ritmo
No meio da boiada nunca foi o meu lugar
Não é sobre certo
Nem muito menos normal
É o que me mantém perto
E completamente diferente do igual
Atraio olhares, registro lugares
Surpreendo por onde passo
Revolto mares e construo novos lares
Aperto, envolvo, laço
Gosto disso
Prefiro aquilo
Volto a dizer
Na mesmice nunca fico
E se preferir um protocolo meu caro, siga!
É lamentável confesso
Execuçao no piloto automático não desliga
Sistemático, estático, fático e problemático
Bem vindo à dança da reciprocidade
Apresente o convite
Pode entrar, sem vaidade
Fique a vontade, não hesite
O encanto é a primeira nota
O fascínio a melodia
Quando se der conta já virou moda
A sua melhor sinfonia
Sim, vai soar concomitantemente
Assim como um trecho instrumental que precede uma orquestra
Um baile envolvente
Sua composição mestra
E assim, quando a música parar
Se prepare para o descompasso
O drama do balé vai cessar
Fechando as cortinas do que parecia mágico
O canto que agora vai ecoar
É o coro da frustração
Reproduzido por vozes que você já conhecia
Só mudaram o refrão!
Arrepia
Incendeia
Magia
E olha quem nem é noite de lua cheia
Arde
Fogo
Invade
Vai além do morno
Reage em cadeia
Sim, arrebata
Como numa teia
Por fim arremata!
Não pede licença
Avança sem ponderar
Atormenta
Impossível cessar
Um foge alegando não querer se apaixonar;
Outro prefere o silêncio e o desejo na MARRA calar;
Tem aquele que até se "envolve" e depois dá uma de insano com a finalidade da "responsabilidade afetiva" se livrar... rs
O que rasteja aos seus pés?!
Nossa, esse já abriu mão do amor próprio;
E para uma mulher inteligente isso é um grande despropósito;
Bom...
Vocês até dizem que somos nós
Complicadas, difíceis de entender...
Mas no fundo necessitamos estar "sós";
Sabe como é neh, nem tudo é pra valer!
Via de regra eu até prefiro assim
Pra que no mundo não tenha quem diga
Que eu não me tornei especialista na arte de dizer SIM.
Indireta fica pra moleque
Que talvez pense ser capaz
De assumir o que sente
Necessitando expor o que NÃO faz
Indireta é projeção
É perda de direção
É tudo que vai na contra mão
É a pura insatisfação com o "NÃO"
Indireta é uma suposta reta
Que quem a produz pensa destinar
Porém mediocrimente não enxerga
A seta que ela toma forma
Para retornar e o alvo original acertar
Quero falar de humildade
E no meu conceito deixo claro:
Inevitável não transitar por HUMANIDADE!
Se for pra o dicionário verás VIRTUDE
Qualidade daquilo que é humilde
Embora na prática seja escassa essa atitude
Pois infelizmente ainda há quem duvide.
Na Bíblia Ele nos diz assim com clareza:
"Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração "
Ou seja, ser humilde NÃO é sinal de fraqueza
Está escrito lá, com plena exatidão.
É preciso muita consciência de limitação
Sabedoria, nobreza, tolerância
Modéstia, simplicidade, mansidão
Respeito e REPULSAR arrogância!
Na psicologia a AUSÊNCIA dela pode estar associada à baixa autoestima, sentimentos de inferioridade e autodegradação
Autoconhecimento nada fácil pra quem quer o mundo nas próprias mãos.
Por fim, deixo uma palavra, um exercício de reflexão:
Reconhecer as suas próprias dificuldades NÃO significa uma clara demonstração.