HiddenR0D
.Terras de Sangue
Profano são os olhos de um cego,que só enxergam escuridão.
Leais são as mãos de um assassino, que só acreditam na morte.
Tentador são os sonhos, que trazem consigo a ilusão.
Amaldiçoados são os falsos crentes, que seguem uma falsa religião.
Sombria é a vida, feita de falsas esperanças.
Perigoso é o amor, que liberta os sentimentos.
Escura é a morte, cuja silhueta é pura.
Quando a brisa passar, o sangue já terá sido derramado, os corpos já terão envelhecidos, as memórias já terão sido esquecidas, os sentimentos já terão sumidos, a natureza já terá morrido e a tristeza é a única emoção que os remanescentes sentirão.
Quando a brisa passar, a poeira é o que restará.
.A Sociedade Oculta
Do ódio acumulado
monstros são criados;
assassinos de sangue frio
humanos renegados.
Da tortura de viver
sem alegria e sem prazer;
uma nova sociedade
foi-se a nascer.
Crescendo de escombros
se formou uma legião;
a partir de magia negra
acabaram com a ilusão.
Foram chamados de cultistas
pensadores pessimistas;
profetas sociopatas
com sangue de nazistas.
Rituais foram criados
visionários sem compaixão;
o sofrimento foi invocado
trouxeram a desolação.
Das ruinas que sobraram
poucos foram a sobreviver;
dos remanescentes
veio a sede de poder.
Guerras foram travadas
pelo pouco que restou;
da perda de esperança
o homem se degradou.
Os cultistas que sobraram
vieram a pensar;
a solução da humanidade
é de ela acabar.
.Páginas rasgadas
A tinta derramada
de um livro destruído
dos versos esboçados
ao parágrafo esquecido.
Das histórias de romance
que retratavam o amor
com distúrbios emocionais
surgem histórias de terror.
Os contos incontáveis
que escondem algo ruim
as memórias imensuráveis
que parecem não ter fim.
A flecha do destino segue apenas uma linha, independente das curvas que ela fizer, levará apenas a um caminho final.
Há aqueles que apreciam o caminha e sua trajetória e há aqueles que se preocupam apenas com o destino final.
.Criatura sombria
Olhos da morte,
frios como a tristeza,
injustos como a vida,
misteriosos como o tempo.
Foice antiga,
cega como a esperança,
rígida como a união,
sanguinária como a guerra.
Manto envelhecido,
leve como pena.
amedrontador como o destino,
atormentador como a eternidade.
Limbo esquecido,
triste como a solidão,
quieto como a morte,
eterno como o espaço.
Purgatório imaginário,
insano como a loucura,
incompreensível como a alma,
destrutível como a dor.
.Aprisionado em um feitiço
As sombras do passado
vieram para cobrar,
o preço de algo
que me fizeram desejar.
As garras do tempo
me puxam para o chão,
o sofrimento eterno
é a minha punição.
O pecado da avareza
cometi sem perceber,
a doença ascendente
o remédio é morrer.
A lança do destino
há de me destroçar,
os erros cometido
irão se apagar.
Novamente eu me vejo
na temida escuridão,
creio que tudo isso
tenha sido ilusão.
.Tentações humanas
Da avareza que se foi
da luxúria que surgiu
da preguiça que prevalece
do orgulho que me fundiu.
A gula fortalece
e a ira só aumenta
a inveja que perece
forma, junto, uma tormenta.
O pecado ancestral
eu fui de cometer
o julgamento breve
há de acontecer.
.Ar profano
A todos meus colegas,
eu trago redenção,
do vermelho reluzente,
a purificação.
O batimento em meu peito
se tornou perturbador,
o meu viver
se tornou revelador.
As assombrações
se tornaram reais,
e aqueles viviam
se tornaram espectrais.
As armas que um dia
prometiam trazer dor,
agora seu uso
é um pouco tentador.
Se algo já mudou
eu não sei reconhecer,
o que já possuiu cor
foi-se a perder.
Idas ao Além
buscando encontrar,
mistérios do universo
que valha a pena desejar.
Pesadelos intrigantes
vieram a surgir,
sonhos do passado
cuja tendência é sumir.
A todos indivíduos
que buscam retaliação,
a verdade é que no fim
não existe salvação.
.Criatura sem nome
Criatura sem nome
não conhecia outro ser,
caminhava por um deserto
sem saber o que é viver.
Sobre ossos quebrados
andava lentamente,
muito pouco entendia
o que passava em sua mente.
Dia e noite,
não sabia distinguir,
na ausência emocional,
sem vontade de agir.
Se fosse um ser pensante
notaria a situação,
que por trás dessas ruinas,
uma história de traição.
Os outros que viviam,
deixaram de viver,
a criatura solitária
acabou por esquecer.
.Pesadelo imutável
A escuridão que puxa
é a solidão que atrai,
o abismo da loucura
é a dor que me distrai.
Dos mares agitados,
das florestas horripilantes,
das sombras desalmadas,
à luzes cintilantes.
Receptores profanados,
que portam uma maldição,
dos sentimentos suprimidos,
surge a depressão.
Olhares de desespero,
esperam o amanhecer,
com a esperança de um dia,
saber como viver.
.Lembrete final
Tanta morte em uma vida,
que coração suportará?
do esplendor a tristeza,
sua sanidade romperá.
Seu sangue esfriará,
se continuar a suprimir,
as emoções ocultas,
que não lhe agrada sentir.
Na beira do abismo,
você irá saber
que seu maior erro,
foi não saber como viver.
.Fim de uma história
Explicito que no fim,
nunca senti algo assim,
das histórias que escrevi,
que vieram contra mim.
Descartei muitos versos,
atrás de algo além,
fui em busca de sentimentos,
acabei ficando sem.
Nesta ultima estrofe,
uma verdade vou lhe contar,
uma sombra não é nada,
sem a luz para lhe criar.
.Lua de sangue
de tamanho esplendor,
muitas lendas possuía,
de medo e terror.
Seu vermelho tentador,
resplandece como a morte,
se um dia eu te alcançar,
saberei que tenho sorte.
A noite em que aparecer
se torna irreal,
pois sua presença
traz a chama infernal.
.Maldição dos cegos
Tristeza que fere,
mas por fim se eliminou,
sentimentos destruídos,
minha sanidade retornou.
A fraqueza emergida
se esconde novamente,
uma falha do sistema,
uma falha da minha mente.
A ruptura de meu consciente
foi-se a fechar,
meus pensamentos irrelevantes,
voltaram a clarear.
Do cálice da verdade,
vieram os arrependimentos,
mas com o sabor de morte,
surgiram esquecimentos.
Os acontecimentos
me ensinaram uma lição,
se meus sentimentos voltarem,
causarão desolação.
.Favor impagável
Querida morte,
lhe concedo uma missão;
algo além de caos,
além da destruição.
Traga a luz sagrada,
do fogo ancestral;
o princípio da vida,
o sonho superficial.
Com seu julgamento,
só você pode ajudar;
o conhecimento oculto,
que só você pode ensinar.
Espero encontrar,
a luz na escuridão;
pois meu objetivo,
é crer na redenção.
.Tabu das serpentes
Quanto mais eu penso nela,
mais eu a desejo,
de todos pensamentos,
é desse que me protejo.
Dos ideais que abandono,
ascende minha loucura,
o frio que prevalecia,
a chama que tremura.
Insanidade que consome,
sonho que perturba,
do gosto proibido,
sentimento que anula.
.Relatos de um morto
Uma sombra me tocou,
meu coração se congelou,
o que um dia possuía,
nada mais me restou.
A frieza em meu sangue,
foi algo a assustar,
meus olhos esperançosos,
foram-se a fechar.
A silhueta da minha alma,
entrou em decomposição,
a luz que eu possuía,
se tornou escuridão.
.Música da vida
Em uma melodia indecifrável
a vida toca sem parar,
um ritmo repetitivo
que deixei de escutar.
Diante a realidade
ouço outra canção,
proveniente da frieza
de sua criação.
Após o fim da música
o silêncio foi-se a surgir,
uma grande obra-prima
que jamais vai emergir.
.Nascimento das cinzas
Chamas azuis
em um passado detestável;
queimaduras eternas
e uma dor insuportável.
Rios vermelhos,
receptor de sofrimento;
uma ira imensurável
que busca esquecimento.
Alma cinzenta
com objetivo de esconder;
algo perigoso,
que permitiu crescer.
Destino incolor,
sombrio e tentador;
trouxe um desejo,
por algo além de dor.
.Arauto da Luz
Anjo caído,
exilado de seu lar;
asas queimadas
com desejo de matar.
Sua graça foi perdida,
cultivou a escuridão;
sua morte foi causada
por sua profanação.
Do anjo que morrera
surge um novo ser;
criado pelas chamas,
uma entidade de poder.
Um novo rei ascende
com gosto por vingança;
por todos inimigos
que vivem de esperança.
.Marionetes de carne
Olhos que não enxergam a verdade,
apenas a ilusão;
que sentem a realidade,
mas fogem sem prontidão.
Mente perturbada,
que visa a fantasia;
com as sombras das pessoas
seu coração se esvazia.
Alma reluzente,
cujo a luz perecerá;
quando provar do gosto negro
sua cor há de mudar.
Cicatrizes esquecidas,
cujo tempo encobriu;
sobre o mar de emoções,
a triste persistiu.