Hevila de Almeida Alves
Folhas de Outono
“Não vale esse mar
É traiçoeiro
É dar uma caça maior que o coração
Nas mãos de um açougueiro
O mesmo medo que ainda me afasta
É o mesmo calor que me abraça
De repente estou liberta, aquecida
Ao mesmo tempo nua ao relento, desguarnecida
Olhos castanhos que me levam passo a passo
Não sei dizer aonde
São folhas de Outono correndo no pasto
Sãos olhos fechados indo devagar até ao espaço
Se eu tivesse guardado uma bússola no peito
Ah… talvez fosse meu lugar de direito
Mas me acostumei ao tudo descompassado
Um caos sempre iludidamente arrumado
Não sei te dizer com todas as palavras
Mas sei sentir com toda minha alma
E quando vais ou vens, só me acalma
Me acorda devagar pra liberta-me do que falta
Eu vou, pois é a direção que está feita
Não vou mais sair da trilha, da pauta, meu passo só aceita”