Hermes Bars
A primeira vez vos viste olhos teus
Por tais, pura lhe julguei
Da proeminência logo lhe empossei
Ao ouvir o ameno timbre seu
Eu teu terno semblante,
Seus sentimentos logo atento
O marejar dos olhos ocultar tento
Em minh’ alma sobrevém vazante
É de modo que seus vocábulos
Tácito fico, ao ouvir
Da razão me permito esvair
Ao expressar querer
Tão frívolas palavras tornam-se
A gratidão por te conhecer
Cortês sorte, onde menos se procura está
A constatar o quão afortunado sou,
Não mui preciso atentar,
Pois sua ternura o destino mo reservou
Cara amiga minha,
É adverso o fato
De não abraçar-te poder e dizer-te
O quanto estimo-te, exprimir tento,
Portanto, por meio destes versos ornatos
Se para meu bem, seus dizeres ouço
Se para meu bem, tão bem parecer
Porque meu bem é de sua existência saber
Atalhar não poderes, ó amarga distância,
Nossa doce invejável amizade
Modo deste que digo-te, ‘amo-te”
Para minha boa fortuna,
Seu brilho contemplar posso
Assi’ como uma incandescente estrela
Que de mim distante está
Abrilhantam as estrelas, após o poente
No imensurável prazenteiro céu
A mim entretanto norteia incessante
A mais bela e cálida das estrelas
Descai-me um’ lágrima
Ao sua resplandecência avistar
Não dizer sei se a distância amarga-me
Ou se seu talhe sinto ao ver cintilar
Ó minha airosa estrela
Por ti sempre me guiarei
Ó linda, graciosa, bela estrela
A preocupaçao e a apreensão,
Os minutos fazem horas parecer.
Incertezas, mudanças,
Que de mim levem
Aquilo que fez padecer,
Mas que tragam bonanças.
E que com condescência deixem
O que se apreendeu com o coração.
"Assim foi quando na vida sua amor
Sem aviso, lisojeiro e grosseiro adentrou
Minha voz, vós revogaste
Olvidada estive sem que manifestasse
Impedir-lhe pois queria da dor
Já que vossos olhos o marejar
Com dissabor obrigado fora a experimentar
E ao coração vosso resta-lhe o reles mister
De apenas teu licor vital bombear
Escutar-me-á doravante"
Assim disse a razão ao cavalheiro cortesão