HENRIQUE MUSASHI (AracatiCE)
Estou ciente de quando houver colheita farta, ou apenas a possibilidade visível da fartura, alguns se aproximarão do “pomar de minha vida”, mas, quando chegar o outono, terei que juntar as folhas e preparar a terra – sozinho. E não me admirarei se algumas destas pessoas não mais me enxergarem por este ano, mas haverá sempre uma nova estação e aí, pela experiência do outono, saberei para quem abrir o “portão de minha vida” e aqueles a quem atenderei apenas na calçada, mas não deixarei de compartilhar meus bons frutos [...] [Fragmento do livro “Fiorefalsus II”, de HENRIQUE MUSASHI]
Paixão é agonizante
Amor é mais que um instante
Paixão é bom
Amor é ótimo
Paixão mora no corpo
Amor vive na alma
Paixão impulsiona
Amor faz
Paixão fica
Amor permanece
Paixão arrasta e corre
Amor caminha ao lado [...]
Às vezes, para viver bem, a gente tem que guardar muitas coisas, jogar fora outras e trazer consigo o essencial.
Excesso de zelo cristão tem disso: quando não está se ocupando em atrapalhar a humanidade e atrasar ciência, está, nas horas vagas, infernizando a vida de alguém.
‘Boa Índole’ é muito mais que uma palavra bonitinha para descrever comportamento discreto, porém hipócrita.
Olhando os noticiários recordo de alguns rompantes:
- "Nós não queremos uma bandeira vermelha...
Não somos vermelhos... Somos verde e amarelo...”
Azul... Branco...
Mas eu prefiro ver as crianças de bochechas rosadas
Vermelhas, coradas
As ver pálidas, azul de fome, verdes enjoadas
Por não ter posto, médico ou remédio...
Ou então, amarelas, coitadas!
Nós veremos as cores da bandeira nas caras das pessoas
(Não pela força da tinta)
Veremos pessoas verdes, amarelas, azuis,
Olhando, debaixo, uma minoria branca...
Não precisam mais de suas panelas...
Vermelho, só na face dos professores e outros cidadãos.
No sangue do protesto inútil, misturado ao choro sem consolação.
O tempo não é apenas o senhor de tudo. Ele, o tempo, é o tecido majestoso do qual todas as coisas são feitas, é o nosso bem material mais precioso.
Não tem tenho pena de quem vive se culpando por tudo, pois acho muita arrogância se dar ares de onisciência e onipotência. Quem pega tudo para si, principalmente culpa, acaba ficando sem ter onde guardar e, por conseguinte, termina pondo em outrem este sobrepeso.
Desconfie de todo presente dado juntamente com rompantes de auto-alegação moralista, de suposta bondade e generosidade, mais voltada pra quem está ao redor do que para você. É o tipo de presente que não é um presente, mas uma troca por algo que você talvez não saiba e talvez não queira receber quando souber do que se trata a coisa real que está por trás do ato que apenas parece generoso.
Maniqueísmo – Deus criou a família e o diabo os chatos parentes e aderentes; Deus criou o amor e o diabo da intromissão descabida de terceiros no lar alheio. Aí só de sacanagem a divindade inspirou aos homens a Medida Cautelar.
Inexperiência é folha seca, para as amizades que são como o vento forte que, onerosamente, sopra e arrasta, mas a folha seca jura que não.
Nossa hipocrisia é como o nosso português ruim, são nossas “ações coloquiais”, que só rebuscamos diante da necessidade da exposição á “plateia textual” e seus leitores tendenciosos.
Liberdade é muito mais que se afirmar livre. É uma questão de postura, mesmo tácita, sem discursos prontos.