Hellen Oliveira
A ciência não é meu sistema de crenças, minha religião. Eu aceito os fatos que considero coerentes e plausíveis. É isso!
VIVER SEM RELIGIÃO:
Decidir viver sem religiosidade e seguir para o lado oposto da maioria não é fácil.
Escolher não viver sob uma dogmatização religiosa, sem crença em divindade, sem esperança de estar recebendo uma contínua proteção divina e com projetos de vida já predestinados para o seu bem, e ainda assumir frente à maioria religiosa, requer coragem.
Seguir a vida sem religião é encarar a realidade, sendo ela confortável ou não. É ser apenas humano. É reconhecer as as fraquezas inerentes ao homem e ser responsável pelos seus próprios atos, sempre em busca de agir com coerência, racionalidade e humanidade.
Na afirmativa de Hawking "O maior inimigo do conhecimento não é a ignorância, mas sim a ilusão do conhecimento", recordo-me da famosa frase de Sócrates "Só sei que nada sei" e da frase de Einstein "O importante é não parar de questionar".
Questionar, pensar e formular ideias próprias é bom, é libertador e amplia nossa visão de mundo.
Não pare de questionar. Evolua!
Ser bom por medo de punições não é uma virtude.
Ser religioso não significa ter bom caráter.
Faça o bem por querer ver o bem de outra pessoa, acreditando que sua atitude pode ser significativa positivamente para outra pessoa, eis o verdadeiro sentido da caridade.
Apesar de uma sociedade de forte presença fundamentalista religiosa, temos a escolha de ir na direção oposta à multidão e com consciência e racionalidade escolher nossos próprios valores.
A liberdade primordial que podemos ter é o livre pensamento e dela, podemos fazer uso!
Seja livre, pense fora da caixa!
Navegando pela internet nesses últimos dias, deparo-me com a seguinte frase atribuída à Rodrigo Quito: "Ser agnóstico é como enfim tirar a venda, mas descobrir-se cego". Considerei uma definição interessante.
Para mim, particularmente, ser agnóstica me permite viver sob a visão de mundo mais ampla. Viver sem crendices e misticismos para ser bom e feliz, com o uso da racionalidade, ciência, respeito por si e pelos outros, mesmo sabendo que a ciência não nos pode dar todas as respostas, fez-me perceber que quanto mais refletimos e aprendemos sobre o mundo à nossa volta, é possível visualizar a pequenez do ser humano; limitado comparado à imensidão do universo.
Viver, dá-se sem nenhum ensaio. Cada momento é único na nossa pequena linha do tempo.
Somos todos seres humanos, e passíveis a mudança através de nossas trajetórias de vida. Saber aproveitar cada situação como uma aprendizado nos permite crescer a partir das sucessivas tentativas, acertos e erros de que se constituem nossas vidas.
Pensar, questionar, racionalizar, formular ideias e refletir sobre elas, nos permitem ampliar nossa visão de mundo, nos faz evoluir.
O agnosticismo visa não transgredir e ultrapassar a cognoscibilidade, com humildade para se abster de um assunto que foge do alcance da compreensão humana, considerando as inúmeras visões de mundo.
Nesse contexto, cito a afirmação de Leonardo Boff que se encaixa perfeitamente nesse aspecto: “Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam. Todo ponto de vista é a vista de um ponto.” O pensador afirma que cada indivíduo tem sua própria forma de ver o mundo de acordo com sua carga de vida. O agnóstico interpreta sua realidade através do estudo, da reflexão dos fenômenos e da introspecção, buscando sempre agir com sabedoria antes de posicionar-se a um determinado assunto.
Para finalizar, ressalto a frase de Thomas Campbell que diz que “compreender que há outros pontos de vista é o princípio da sabedoria”. Ser agnóstico antes de mais nada é saber respeitar as concepções de mundo particulares de cada indivíduo.