Helga Maia
e por não acreditar
quem não sabe sonhar
tenta engaiolar
quem já sabe voar
nos rótulos
do des(prezo)
mas, um dia, eu ainda me liberto...
me abrace
que no seu abraço é onde eu gosto de me (de)morar
de sorrir, de chorar, de comer, de voar, de sonhar
com seu abraço, eu converso sem voz
e, dentro dele, me calo aos gritos...
bem que ele podia ser a minha casa
O que vale nessa vida
tem um pouco do seu jeito
de me olhar devagarzinho
colorindo algum defeito
O que vale nessa vida
tem doçura, tem carinho
é amar sem preconceito
com a alma colorida
Quando deito no seu peito
é que a vida vale à pena
sou mulher e sou criança
de nós dois eu fico plena
Quando a vida vale à pena
perfeição fica pequena
a gente ri e se contenta
com detalhes que uma antena
só aprende a captar
depois de alguns muitos enganos...
Lirismo Libertário
Gosto da poesia nua
Distraída, livre, desinteressada
E que ela caminhe na rua
Sem o risco de ser estuprada
E virar prosa ferida
Engasgada, invadida
Perseguida, engravatada
Bilíngue
Nunca registro meus pensamentos
Tentando ter nenhuma razão
Por ser como me descrevo
Eu escrevo
Poesia é o que eu sinto e penso
Pra entender como sou de verdade
Pra encontrar alguém que fale minha língua
Sou bilíngue
Às vezes
eu detesto tudo
tudo que sai da sua boca
Mas aí você me beija
e eu começo a gostar de novo...
Alguns poetas versam pra serem vendidos
Eu sou escrevo pra tentar ser desvendada
Eu sou poeta-tipo-problema-de-lógica
E os meus versos não tem lógica nenhuma