Helga Maia
me abrace
que no seu abraço é onde eu gosto de me (de)morar
de sorrir, de chorar, de comer, de voar, de sonhar
com seu abraço, eu converso sem voz
e, dentro dele, me calo aos gritos...
bem que ele podia ser a minha casa
Bilíngue
Nunca registro meus pensamentos
Tentando ter nenhuma razão
Por ser como me descrevo
Eu escrevo
Poesia é o que eu sinto e penso
Pra entender como sou de verdade
Pra encontrar alguém que fale minha língua
Sou bilíngue
e por não acreditar
quem não sabe sonhar
tenta engaiolar
quem já sabe voar
nos rótulos
do des(prezo)
mas, um dia, eu ainda me liberto...
Às vezes
eu detesto tudo
tudo que sai da sua boca
Mas aí você me beija
e eu começo a gostar de novo...
Alguns poetas versam pra serem vendidos
Eu sou escrevo pra tentar ser desvendada
Eu sou poeta-tipo-problema-de-lógica
E os meus versos não tem lógica nenhuma