Helena de Oliveira
Cansei de subir e descer degraus. Agora é ganhar ou perder. Que seja breve! Já não me assusto com os suspiros engasgados que a vida me tras. Vou embebedar a obediência. Se é ousadia? Talvez. Antes enfrentar o escuro que gemer na cama quente. O simples e óbvio não me atrai. Quero aquilo que arde; Sentidos sentindo e pedindo mais.
entrego
renego
meu ego
já não
aguenta
mais
(me trás um copo com água?)
Quer dar um tapa na minha poesia?
Então dê.
Vá! Dê de com força.
Está fraco. Você não sabe brincar!
Quer entrar nas minhas linhas
nas minhas formas
nas minhas palavras...?
Vai ter de suar
Estu-dar
e aprender que versos
é só pra quem sabe realmente
Apanhar!
Me leia sem formas
sem pontos
ou pausas
Me leia por ler
com pressa
sem pressa
Do jeito que vier, vai ser.
Estava na ponta da língua
quando eu tinha
quase certeza
que iria falar
Estava na ponta do caco
pronta para me cortar
aquelas palavras
e eu sabia que iria sangrar
Confesso que até cheguei a te amar
Sim, é sério
Nem sei bem como foi
Mas foi...
Daí me perdi entre tantas linhas
e dessa história
nem um parágrafo restou
Eu sei lá...
Naquele instante eu so sabia
te amar
Não sei se acordei
ou domir...
Me cobri
esquentei minha própria cama
e foi melhor que te fantasiar
Só liguei que era dia
Quando me peguei olhando o mapa
da biblioteca da escola
Meio fascinada...
Que nada!
Eu sabia que não ia dar em nada
No entanto
Não me conti
Dava um palmo e meio
Se eu contasse de lá até aqui
O mapa foi meu amigo
e me levou
por algum instante
pra bem perto de ti
Sabe,
as pessoas vem
e
vão
No rumo do mapa
do meu coração