Heitor Cantão
Naquelas tardes cinzentas, depois de ter lido todos os livros, visto todos os filmes e escutado todas as músicas, eu me sentia tão distante de mim, do tempo, e também sem esperança. Como se o vento trouxesse alguma incerteza ou algum aviso de um temporal. 13/08/2018
O amor escolhe lados, e quase sempre, tenho certeza que ele está contra mim. Eu já esqueci de como é bom ser abraçado, e ouvir coisas tão belas que faz meu coração arrepiar.
Mãos Dadas.
Caminhando a noite pelas ruas históricas da minha cidade, quero sentar com você na beira do lago, ouvir você cantar e depois se envergonhar. E te explicar, que o motivo de eu não falar muito, é que eu me senti completo ao seu lado, como se a sua presença já fosse o suficiente. Uma tranquilidade no meu coração, e a única coisa que eu não queria fazer aquela noite era ir pra casa, e voltar ao meu velho quarto sombrio.
Sentado a beira daquele lago, procurando algo importante para dizer, mas como, Leonardo da Vinci disse uma vez, "as mais lindas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar".
Quando começamos a conversar, você mexeu comigo de uma maneira que até o céu parecia diferente. Como se depois de tanto caos na minha vida eu tivesse encontrado um pouco de harmonia.
Fui eu que carreguei o fardo desse coração, sempre cortado, posto de lado e negado, principalmente por aqueles que mais amava. Eu sempre carreguei esse fardo sozinho, por isso eu te digo, é hora de sair daqui, pra sempre.
Espero vocês do outro lado.
Observo o céu da minha cidade e começo a perceber todas as conexões que o universo faz, como se as galáxias de alguma forma estivessem conectadas. Sinto que minha consciência vai e volta, acho que estou fora de sincronia, como se estivesse em outro mundo, outra realidade. Estou sozinho, e me sinto bem, mas de repente, surge a minha volta uma sensação estranha, de decepção, de tristeza eu tento não sucumbir a ela, mas não consigo, é mais forte que eu, parece inevitável e dolorido, como apagar uma brasa com a mão. É o mesmo sentimento que tenho ao tentar não me apegar as pessoas, porque elas sempre vão embora e eu fico sozinho. Estou em um ônibus, com uma amiga ao meu lado, eu quase beijo ela, mas algo, alguma coisa, impede isso, não sei exatamente o que, eu saio de lá, entro em outro ônibus e vou embora, ao que parece dessa vez sou eu quem vai embora. Domingo nasce, e com ele vem a sensação de perda. Esse sonho foi um dos mais simples.