HardRic
Aquele que disser com veemência que o dinheiro não trás felicidade é um completo ignorante. Que venha ter comigo que eu mostro-lhe o quanto de felicidade o dinheiro pode trazer.
Foi preciso estar na presença da morte e escapar dela para agora saber atribuir o verdadeiro valor á vida que eu tinha até então.
A bondade de um desejo teve outrora outro significado.
A beleza dos momentos vindouros era bem definida.
A vida parecia levar um rumo certo e levar a um propósito belo e com sentido.
E, antes, sentia-me seguro e tão confiante.
Houve vivos momentos de liberdade e alegria e confiança, sim
E podíamos sorrir e seguir juntos em frente.
Confiantes da partilha de amor, de companhia, de compromisso, de vontade
Um olhar comprometedor, um sorriso marcado no tempo,
Um toque suave na tela, uma promessa a cumprir
Sonhar… desejar acima de tudo... Até à concretização.
Agora não. Foi tornado proibido.
É proibido sonhar. É proibido comprometer.
Tudo é incerto, tudo é inseguro.
Tudo parece ter ruído depois da desgraça.
A realidade assola-me violentamente feita fúria de uma tempestade.
Envolve-me, como negros cúmulos a uma serra voltada a norte.
Atira-me as consequências, arremessa-me os actos ainda vãos,
E os restos estilhaçados das memórias que estavam para vir.
Cravam-se-me dolorosamente à minha cara e ao meu corpo indefeso.
Devolve-me cruel, finalmente, com marmórea frieza aquilo que eu forjei no meu coração.
Consciente em cada momento e em cada dia, que sim,
Que os nossos sonhos e o meu futuro,
Comprometido ao teu, por laços de amizade e amor
Se concretizariam mais proximamente.
Tudo o que eu mais queria, era que tivessem persistido
E intemporais permanecessem depois de concretizados.
Eternos, inalteráveis para todo o sempre.
O destino caprichoso deu-lhes outro fim prematuro,
Tinha outros desígnios. Malvado fado.
Uma tentativa de alcançar as estrelas
Mas apenas se alcançou o mero horizonte e caiu-se por terra.
Foi apenas um sonho de voar e alcançar o belo.
Ninguém sabe. Ninguém vê.
Ou sente, verdadeiramente
A solidão e a dor nestes meus momentos.
Ninguém por perto, perto de mim.
Livre, solto a angústia contida e o fervor do desespero
Neste compartimento cheio de nada.
Tormento meu todas as noites até que adormeça
Onde todas as manhas desperta em mim novamente.
Essa pesada tristeza fadada.
Contudo… Renasce-se na esperança.
Vejo-te chegar e partir uma e outra vez
E novas memórias nascem em cada novos momentos vividos contigo
Dorido, continuarei a cultivar novos sonhos
E finalmente um dia então eu acorde para o momento
Para me aperceber que o desejo foi forte e prevaleceu
E que foi feito para durar, que foi feito para ser salvaguardado
E que a partir dai viveremos uma realidade consumada.
Mas até lá, sempre que olhar o horizonte lembrar-me-ei de ti
Sempre em meu pensamento, sempre presente no meu coração
Pois enquanto houver amor e amizade a unir-nos
Serás sempre metade de mim.