H_nascimento
É como um ferimento doido mas não existe
É incômodo e ninguém pode ver
Não é colorido mas parece o vermelho
Não é sangue mas parece que jorra de um machucado, a sensação de saber sobre aquilo que eu queria ter
Eu queria poder falar das coisas que sinto
Poder sorrir e meus olhos brilhar
Não ter que reprimir e me segurar
Queria que fosse como a arte é só deixar acontecer
Mas aconteceu e não foi como eu queira
Não foi como o meu eu do presente quer
Seu meu próprio vilão
A minha mente de hoje briga com o meu eu de outrora
Incrível que minha tristeza questiona a minha antiga infelicidade
Quem eu sou não gosta de quem eu fui
Eu sou errado porque aprendi com meus erros mas não aceito que errei e queria concertar as minhas falhas mas sem elas não seria com sou hoje
O questionamento entre hoje e o meu ontem a luta que não posso ganhar nem quando eu ganho por ter aprendido algo
Como eu queria ser um inocente não ver a maldade
Eu me enganava ao achar que conhecer o bem e mal me faria melhor
Eu quero ser quem eu fui antes sem saber das coisas, sem me sugar e ao mesmo tempo sei que eu precisa ser sujo afinal não sou melhor que ninguém
Hoje sei que sou mais um injusto
Alguém sujo que precisa ser lavado
Preciso ver com outro olhos
Olhos que não vêem sangue e ouvidos que não ouvi falar de sangue
Eu preciso não saber para saber ser sábio
É como não comer do fruto proibido e manter meu corpo no jardim
Se existe alguma chama algum fogo, então que seja aceso para que eu posso ter luz
O conhecimento das coisas que não se vêem
Viveiro firmado em algum chão que seja como rocha um fundamento com poder
As minhas palavras são confusas pra quem não pertence a mesma pátria que eu
Mas aqueles que fazer parte do mesmo reino sabem e podem me ajudar a encontrar o meu caminho
Eu me desliguei dos ramos que me ligavam
Mas sempre serei parte desta raiz
Sou como um filho longe de casa
Sou como um soldado que não vou tá mais pelo seu país
Vivo como um refugiado buscando riquezas longe de onde era para mim estar
Mas o meu tesouro num é algo palpável
Mas eu entreguei meu coração a coisas que eu quis buscar
Essas coisas que atraíram não tem culpa sobre mim o erro foi meu
Me sinto como o rei Davi quando ouviu o profeta contar a história de seu pecado diante dele mesmo
Vi que meu pecado não foi para mim a condenação mas sim para minha redenção pois se eu nunca tivesse errado nunca poderia aprender
Os meus dias não foram tão bonitos, só foram o melhor que eu pude fazer
Hoje eu posso fazer algo da minha vida que seja entendido de alguém que aprendeu alguma coisa
Mas que ainda se pergunta que tem medo
Sou alguém que gosta sou falho
Não aprendi de tudo só um pouco
Quando eu penso em me priorizar me vem ela na cabeça, como se fosse um som romântico do Projota com flow de racionais, e letra de Caetano misturado com os sentimentos dos sambas de Almir Guineto, ela consegue roubar a cena dos meus pensamentos.