Gustavo Dias poeticosdias

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A vida e o tempo
A vida não cabe no tempo
Temos tanto para viver
Que não cabe nos números do calendário
São tantos planos, desejos e sonhos para conquistar
Que não cabem nas horas
E nos minutos que os relógios marcam
Há tantos amigos para abraçar
Muitos sorrisos a oferecer
Conversas permeadas de risadas, para se alegrar
Vinhos para beber
Pele para acarinhar
Lugares para conhecer
Faces e bocas para beijar
Livros para ler
Eu te amo para falar
Cheiros para sentir
Músicas para cantar
Você é linda para ouvir
Pessoas para amar
E flores a ofertar
Há tanto por fazer
Porém, pouco, ou quase nada, conseguimos realizar
E ainda nos damos ao luxo
De o tempo desperdiçar
Como se essa a vida pudesse se repetir
Ou o tempo fosse se expandir
Por isso, guardemos naquela gaveta
Onde nada conseguimos recuperar
Todos os relógios e calendários
Que querem nos escravizar
E a partir de então
Não se preocupe com as horas e os dias
Muito menos com a idade
Beije, sorria, abrace
Cante, dance, viaje
Sonhe, cheire, afague
Apaixone-se, ame, se embriague
Assim, quando a “indesejada das gentes”
Vier nos encontrar
Ela não levará a nossa vida
Mas apenas um corpo
Pois a vida, nós a teremos vivido
Essa vida, que não cabe no tempo
Essa vida, que não cabe num poema

Mãe
Palavra pequena
Mágica e forte
Sinônimo de amor
De vida e sorte
A mãe acalma o choro
Seu beijo cura feridas
E ameniza a dor das coisas perdidas
O afago materno enleva a alma
Seu abraço é conforto dos dias difíceis
Mas mãe não é só carinho
É disciplina, bronca e educação
Renúncia, trabalho e dedicação
Tudo que precisamos
Para crescer fortes
E prontos para receber
As pancadas que a vida
Teima em oferecer
Ter mãe é saber que felicidade existe sim
Embora um dia terá fim
É saber que saudade não se esgota
Mesmo a tendo por perto
Pior será, quando ela for embora
Por isso
Toda mãe merece receber
Carinho desapressado
Abraço apertado
E aquele sorriso
Que faz tudo valer a pena
Porque alma de mãe
Nunca será pequena