É preciso sofrer depois de ter sofrido, e amar, e mais amar, depois de ter amado.
6.1 mil compartilhamentos
Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?
2.1 mil compartilhamentos
o coqueiro coqueirando
as manobras do vermelho
no branqueado do azul
outrarte
o ouro esboço
do crepúsculo
e um vaga-lume
lanterneiro que riscou
um psiu de luz
Para onde nos atrai o azul?
o arrozal lindo
por cima do mundo
no miolo da luz
tênue tecido alaranjado
passando em fundo preto
da noite à luz
tatalou e caiu
com onda espiralada
fragor de entrudo
mar não tem desenho
o vento não deixa
o tamanho...
verdes vindo à face da luz
na beirada de cada folha
a queda de uma gota
o bambual se encantava
parecia alheio
uma pessoa
sussurro sem som
onde a gente se lembra
do que nunca soube
alvor
avançavam parados
dentro da luz
entre as folhas
de um livro-de-reza
um amor-perfeito cai
os aloendros
em fila
nos separavam do mundo
há qualquer coisa no ar
além dos aviões
da Panair...
na barra sul do horizonte
estacionavam cúmulus
esfiapando sorveret de coco
Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa.
Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
Amor vem de amor. Digo. Em Diadorim, penso também - mas Diadorim é a minha neblina...
Deus nos dá pessoas e coisas,
para aprendermos a alegria...
Depois, retoma coisas e pessoas
para ver se já somos capazes da alegria
sozinhos...
Essa... a alegria que ele quer
1.5 mil compartilhamentos
O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem
Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
2.5 mil compartilhamentos
Felicidade se acha é em horinhas de descuido
Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia.
Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.