Guilherme O. Reis

⁠Quando você desce do carro e decide ir a pé, a caminhada torna-se bem mais longa e cansativa, porém você irá conseguir prestar mais atenção nos detalhes dos lugares que passar.

⁠Apesar da verdade ser dolorosa, ela também é libertadora, mas nem todos querem se libertar, e sim ser dependente daquilo que acredita...

"⁠Devaneio"

Momentos, doces momentos
Momentos que eu até invento com os meus pensamentos

Fecho os meus olhos
Vejo a tua imagem
Mas o que me entristece
É saber que não passa de uma miragem

O sol já não brilha faz tempo
Há uma rua escura que são esses pensamentos
Tentando correr me vejo em um cruzamento
Futuro, presente, oportunidades e alguns momentos

Pássaros pretos voam sobre minha cabeça
Querendo me dizer algo
Você me diz: "não é nada..."
Com um sorriso forçado

Nesses dias tão sombrios que vivemos
Minha mente cria
A tua imagem tão vazia
Momentos que nunca teremos

"⁠Indecisão"

O que há do outro lado do muro?
Não me arriscaria para saber
Aqui me sinto tão seguro

Já até pensei em pular
Mas temo que não haja nada para me segurar
Chão para caminhar, motivos para ficar

O que eu encontraria do outro lado do muro?
Riqueza? Pobreza?
Alegrias? Tristezas?
Sinceramente, não tenho certeza

O que realmente pode haver do outro lado do muro?
Luz para clarear?
Ou terei que me acostumar a viver no escuro?

⁠"Isso não é sobre amor"

Você me mata
Você me faz querer viver
Com você vou seguindo
Até o dia em que eu morrer
Às vezes te entendo
Às vezes não dá pra entender
Você é um labirinto
No qual vale a pena me perder

Você me põe na estrada
E eu sigo na contramão
Você me faz acelerar
E eu perco a direção
Minha mente fica calma
E você cria confusão
Se eu me atiro lá do alto
Você me afunda aqui no chão

Você me encontra
Quando estou perdido
Você me fortalece
Quando estou enfraquecido
Você me deixa calmo
Quando estou enfurecido
Você me mostra o real
Quando estou iludido

Você me tem
Mais do que qualquer outra teria
Você é meu ninho, é minha moradia
Você me dá e me tira a alegria
Sinto e respiro você todo dia
Você me carrega e me rouba a energia
Você é a mais pura e única, filosofia...

⁠"Coisas que acontecem (Efêmero)"

Quanto tempo faz
O tempo que ficou para trás
Foi tudo perda de tempo
Um tempo que não volta mais

Num momento somos tudo
No outro, não somos nada
Para uns a vida começa
E para outros ela acaba

Nas amarras do passado
E anseios para o futuro
O presente é sufocado
Em um quarto frio e escuro

Momentos sempre passam
Lembranças permanecem
Histórias se modificam
São coisas que acontecem