Grayce Kelly Xavier (Plin Plin)
Sobre alguns questionamentos
E o novo sempre vem, independente das amarras que lhe prenderem ao velho.
Deve- se aprender que tudo acaba. As coisas tem prazo. As relações não são eternas e e as pessoas e sentimentos nem sempre são verdadeiros.
A dificuldade é percebida quando as coisas e pessoas se vão e os sentimentos permanecem… se cristalizam no coração e passam a agir como uma faca a cortá- lo lenta e diariamente.
Os mais velhos costumam dizer que o tempo é o senhor da razão e que ele tem o poder de curar tudo. Todas as dores, todas as mágoas… cicatrizar as feridas.
É doloroso ver que o tempo em alguns casos serve apenas para consolidar uma sensação de incompletude e mostrar que parte do passado que ainda tem poder de atormentar sonhos foi em sua maioria uma grande mentira e que tudo foi “inventado” por um sonhador.
O inconsciente as vezes pode se sobrepor ao racional, o coração pode interferir na mente e criar de imagens do que nunca foi, mas que poderia ter sido tão lindo.
É quando não se consegue conter as lágrimas e faz- se alguns questionamentos inexplicáveis.
Há dias em que os “por quês” não deixam o sonhador em paz.
Ele não entende porque as coisas não deram certo, porque tudo fugiu do seu controle e nada aconteceu como planejado, como prometido.
Vê- se a dor em sua face nestes dias… Vê- se o sentimento que ainda não abandonou aquele coração.
No entanto o novo sempre vem e a vida não costuma parar enquanto alguém sofre.
As coisas continuam e arrastam quem não tem controle sobre si. Uma das maravilhosas funções do novo é fazer entender que a despeito de qualquer sentimento, de qualquer situação vivida, tudo sempre passa, tudo sempre acaba e novas situações e pessoas chegam.
É quando o sonhador percebe que não vale a pena viver de sonhos. É bem mais cômodo viver de maneira prática, real, com pessoas reais.
O inconsciente não deve ser externado… e quanto ao passado? Deve- se esquecê- lo, fazer de tudo para isto.
Não verbaliza- lo… deixá- lo morrer. E deixar o tal tempo agir. Quem sabe em mais um ano…
Outubro de 2011
Os dias nublados de outubro lembram- me a melhor fase de minha vida.
Naquela época não muito distnte fazia pouco tempo que o amor me havia sido apresentado.
A ele meu coração se apegou dia após dia, esse amor entrou em minha carne até fazer parte de mim.
Dias felizes aqueles.
Só precisava dele para me sentir bem.
Hoje, os dias nublados de outubro só trazem tristezas e recordações que deveriam ser apagadas.
Tudo faz falta. O jeito de falar, a pele branca, as mãos macias... tudo.
Não tenho dúvidas de que aquele foi um tempo imensamente feliz, só não entendo porque a pessoa que mais me fez sorrir é hoje a que mais arranca lágrimas de meus olhos.
Fico em inércia nestes dias, navego em lembranças, e o pior, sinto novamente toda a dor da perda. Dor que nunca foi embora.
O ser humanao tem essa capacidade de se adaptar a tudo, inclusive às dores emocionais.
Chega uma hora em que em que a gente nem reclama... apenas sente e sofre e chora.