Gracilidade singular
Ah, fulano! É tão cruel
você evitando minha presença...
Teria sido menos doloroso
que tivesse enfiado uma faca
entre os átrios e ventrículos
do meu coração.
minha vaidade, meu pecado
qual deveria ser repudiado, meu amor,
você é um paradigma pra minha alma,
mas é uma tentação devastadora
para a matéria fragilizada.
Estas coisas despertaram-me gritos, a consumir o meu corpo por inteiro me trouxe dores, terríveis, e elas até refletiram-se em abundância após jorrarem dos meus olhos nas águas, tão claras, não por causa da natureza humana de liberar tal substância, mas porque você filtrou todas as cores que animavam meu ser, levou consigo meu eu colorido me deixando pálida, do corpo à alma!
Após a ilusão da paixão vejo quão semelhante ela é, ao final de uma partitura ou de um concerto, ao final das notas no violino, finalmente, só quero dizer que é parecido com o fim de uma música, terminado o prazer sonoro entra o silêncio, no caso pode ser o teu silêncio, essa falta de barulho levada pelo oco, um vago de espaço largo, é porque a distância entre nós seja física ou de sentimentos, parece uma vaga de estacionamento infinita, feita no espaço sideral. Uma realidade muito cruel.
Que frustração te querer tanto
e não te ter aqui comigo,
pra confortar meu coração
desfalecido de tanto te amar sozinho,
um fardo tão pesado esses sentimentos,
carrego eles sozinha...
Solidão, que companhia!
Sei que não tenho muito
Mas o meu eu
Sozinho consigo
Vive solitário
Sorrindo grato
Longe de ilusão
Possuindo paz
Desejando
Apenas
Um nada mais.