Glaucio Delarue
Feita com tamanha excelência que os deuses duvidariam de que ela não era um deles. E todas as ciências eram incapazes de explicar porque, ao sorrir para mim, o mundo parava, em uma espécie de anestesia vital. Só teus lábios tinham razão. Ah, merda! Você é mesmo a razão de qualquer poesia existir.
Eu não quero ser a maioria. Eu não quero ser a minoria. Eu quero estar alheio. Mas eu não quero estar alheio junto com os alheios. Eu quero estar só. Porque todos estamos sós. Só nos falta admitir.
Mas ninguém sabe que estou aqui. Apenas eu. Eu e a minha solidão. Minha solidão começa a ocupar todo o cômodo, até eu me sentir comprimido pela sua força. E então nada mais existe, a entropia se alastra. E esses devaneios são tomados pelo caos.
A humanidade não me oferece nada. Tudo que tenho não é meu. Meus sentimentos, emoções, objetos são coisificados pela efemeridade do tempo. Tudo um dia não será mais. E o passado se tornará a única coisa real. Onde se fará claro que a luta de todos foi por coisa alguma. Fomos feitos de idiotas durante anos e anos. Por nós mesmos. E teimamos em não admitir.