Gilnei Borba
A minha flor
A minha flor não é minha
A chamo de minha flor pra fingir a um compromisso
Já que eu perteço a ela
Gosto de chamá-la de minha flor
Mais ela não me pertence
Ela sabe disso
E faz questão de sempre mostra que
Apesar de estar enraizada
Mesmo estando fincada na terra
Ela é livre
Pelo simples motivo de não ter dono
Pelo simples motivo de não ser minha
Eu que já sei voar
Eu que já aprendi tantas coisas
Que já aprendi a criar a vida
Fico preso a essa luz
Essa luz que minha flor nega ter
Ela nem sempre é tão segura
E isso me encanta
Uma flor com espírito de leão
E com o brilho de milhões de estrelas
Assim é minha flor
Sou eu que pertenço a ela
A flor pra quem eu dedico minhas poesias...
As vezes voce é a poesia pra quem eu dedico minhas flores
Você estava tão próxima
Que tropeçou e caiu dentro de mim
Expulsou alguns demônios
Fez algumas reformas
Plantou algumas flores
Resolveu ficar
Se tornou parte de mim pra sempre
E tudo ficou mais bonito...
As palavras podem nos ferir
As magoas podem não passar
E se não formos dois tudo desaba
Que tolice a nossa achar que tudo ficaria bem
Como se o monte de areia nunca fosse cair
Como se o tempo não fosse passar
É mais as palavras ferem
As magoas não passam
E se formos mais que dois
Tudo desaba
Quando começamos tudo parecia simples
Mesmo caindo
Mesmo indo contra
Como fomos inocentes
As palavras sempre ferem
As magoas nunca passam
E se formos três tudo desaba
Me abrace
Até eu conseguir dormir
Até eu conseguir pensar
Até eu conseguir esquecer
Até eu conseguir te esquecer
Não me faça perguntas
O dia já vem e só à noite me ajuda a pensar
Apenas me abrace e espere esse dia também terminar
Nunca me escondi direito
Nunca disfarcei bem
Esse foi meu desarranjo
E agora oculto seu amor
Mesmo sendo inevitável
Numa outra época
Quem sabe outra era
Eu devia ter visto
Quem você era
Numa outra vida
Ou somente um outro dia
Eu deveria ter previsto
O bem e o mal de sua vinda
Vida
Em outra vista
Você era um outro dia
Quando previ mal
Que você era meu bem
Ao ouvir sua voz minha querida
Estremeci o corpo sem olhar pra trás
Sua voz mudou minha vida
E mudar é coisa que você sempre faz
Em um dia comum sem saber
Que existiam olhos tão lindos
Logo meu sonho foi de vê-los
Do meu lado fechados dormindo
Não conheci garota mais linda
Mas procurei a vida inteira
Se eu soubesse esperava sua vinda
Você ri de mim ainda brinda
Você diz que é tudo besteira
Mate a fome de minh’alma faminta