Gilderson Santos

1 - 25 do total de 28 pensamentos de Gilderson Santos

⁠A educação pura é um doce, mas a realidade um tapa.

Inserida por gildersonsantos

⁠A mente, em estado de êxtase, se inunda da desordem ao redor, pois é ela quem governa esse caos.

Inserida por gildersonsantos

⁠O que é sonhar?
Se ao amanhecer o sonho acaba
O que é sonhar?
Se os limites que nos aprisionam não se dissolvem
Por que sonhar?
Sonhar para ser liberto ou para sofrer?

Sonhar, eu diria, é viver
E viver é traçar no papel cores que fluem,
Como um livro que transforma, guiando a correnteza das emoções.
Sonhar é ser autêntico, é viver mesmo na utopia,
Onde os pingos de cor que escapam do papel ganham vida.

Seja utopia, para colorir as manhãs que atormentam nossos dias.
Seja realizador de sonhos,
Para que, desses sonhos, nasça o mundo,
E desse mundo, o sonho genuíno que sonhamos viver.

O futuro é luz, o presente é ar, o passado é escuridão.
Não haverá luz se não houver escuridão,
Tampouco haverá ar se não tivesse havido o passado.
E não alcançarás a luz sem antes respirar o ar do presente.

O potencial devastador dos objetivos que almejamos
Depende apenas de nós.
Seja a balança da sua vida, e não o peso que carregas,
Pois o peso nos leva a querer chegar ao fim de um túnel que se afasta.

Seja o futuro, mas antes, conheça seu passado.
Enquanto presente, seja presente.
Assim, os resquícios serão bons, e a balança, uma causa.

Inserida por gildersonsantos

⁠Belo caminho, serás tu a resposta?
Ou trágico, serás tu a causa?
És a dualidade do destino,
Que sob um manto, esconde a hipocrisia do porquê.
Mas o caminho é mais que dúvida,
É jornada, lutas, amizades forjadas.
A verdadeira causa do que nos tornamos.
E antes que me questione,
És o caminho que se abre,
E eu, a chave que o percorre.

Inserida por gildersonsantos

⁠Evoluir é desapegar das amarras do passado e transformá-las em algo novo, um processo contínuo que chamamos de aprendizado. Essa jornada envolve desaprender o que antes considerávamos verdade, permitindo-nos abrir espaço para novas experiências e conhecimentos que enriquecem nossa vida.

Inserida por gildersonsantos

⁠Janela é uma pequena porta em pensamento,
Abrindo caminho a aventureiros sem destino.
Ver em uma singela janela um percurso,
Caminho incerto para quem o inicia,
Mas, à medida que se percorre, torna-se certo o que há de vir.

Sejam os verdes pastos ou os pedregulhos rochosos,
Cada ser e coisa, pela história construídos,
Mas por que construção? De quê?
Construção é história, é o sanar das dúvidas
Que trancam portas e janelas,
Necessitando, para abri-las, de uma chave
Ou do impulso que leva ao mundo além das janelas e portas.

Assim, ao falar de abertura, como outrora se dizia,
É o acordar de um sono infinito e perpétuo,
Que, imobilizados, não conseguimos agir,
Precisando, para acabar com isso, de um tapa ou um abraço.
É irônico, pois a vida é isso:
Vida é emoção, a unicidade que surge em nós
E a relação com o outro. Portanto,
Abertura é abrir os olhos limpos
Por aqueles que um dia estiveram em nosso lugar.

Ser janela é limpar e voar,
Como um passarinho que, mesmo tardiamente, tende a voar.
Ser janela é esperança,
Mesmo que ao fim não se aproveite.
Ser janela é provocar a construção de novas janelas,
Pois, como dito, janela é porta;
Porta também é janela. Assim,
O mundo de cada indivíduo se torna casa,
De onde podemos sair e entrar,
Pois, se a casa for prisão,
A vida deixará de lembrar de ser
E provocar novas janelas, ser livre e ser felicidade.

Inserida por gildersonsantos

⁠Ler é ampliar horizontes; mas o ato de ampliar é o riscar de um caminho sobre o papel, custando, para isso, a tinta que se usa.

Inserida por gildersonsantos

⁠Às vezes, consertar é apagar;
Ter sucesso é fracassar para depois ganhar,
mas ganhar nem sempre é vencer,
pois, ao olhar para trás, talvez percebas
que o bem que buscavas foi o que decidiste largar.
Ser relutante é não chorar
ao ver os caminhos que poderias trilhar,
sem precisar abandonar.

Inserida por gildersonsantos

⁠Mero tempo, mera infâmia da matemática, que mostra que menos nem sempre é subtrair. Às vezes, menos é mais, é adicionar. Perseverando, iluminamos o caminho que, por vezes, omisso, desvela o saber. Assim é a vida: desfragmentar o objeto até seu núcleo, embora o tempo seja o guia que orientacadatraçado.

Inserida por gildersonsantos

⁠Destruição, rancor, vidro despedaçado,
um fio de moeda que, ao vento da tristeza, se corrói.
Esse fio de metal, queimado pela fúria do fogo,
torna-se fragilidade, quase papel.

O papel vira cinza, e da cinza retorna à natureza.
A natureza, polissêmica, guarda o rancor de ter perdido,
lança-se aos ventos, e sob os ventos encontra o mar.

Mas o mar não é consolo, apenas abismo.
Ele toma tudo e faz afundar.

Inserida por gildersonsantos

⁠⁠Saudade, palavra paroxítona, que ganha vida não apenas no som, mas no sentir. Muitas vezes, é sentida sem ser reconhecida, como o suspiro de um entardecer ou a suavidade de um amanhecer. Uma dor fina e insana, que nas mãos do destino se torna traiçoeira, como um caminho tortuoso que nos leva aonde não desejamos. Saudade é querer abraçar, mesmo sabendo que o tempo parou, que o momento se perdeu e que, por vezes, é preciso esperar sem saber se o que se espera virá. Mas o destino, esse iludido, nos ensina que o fim, muitas vezes, é apenas o começo. Como diziam os sábios, seja resiliente, pois a saudade é uma flor que, bem cuidada, se transforma em consolo, uma velha e sentida paroxítona.

Inserida por gildersonsantos

Construir é desapegar do que, como uma mancha, oculta o verdadeiro potencial. Construir é abrir espaço para uma existência repleta de infinitas possibilidades.

Inserida por gildersonsantos

Consumismo é o ato em que, sob uma máscara tristonha, o indivíduo, oculto por ela, desdenha de uma visão primitiva de que a felicidade decorre apenas de acumular e possuir poder e desejos. Consumismo não é viver, mas sim desistir dele, empoderado por uma força invisível que não existe, mas que coexiste nesse ser, infligindo danos no ciclo que ambiciona como parasita.

Inserida por gildersonsantos

⁠Oh, tempo de união, querido Natal
que chegas como rajada do tempo,
envolvendo a vida em embrulhos:
ora presente, ora passado.

Passado que não retorna,
como o brilho perdido do papel rasgado,
pois a vida, em suas rajadas, transforma-se
no bem que o presente entrega ao futuro.

Oh, querido Natal, que límpido traz alegria,
mas também a eventualidade que o mundo enfeita,
apagando os traços para os novos seres que presenteia.
Oh, querido Natal, que anseio por teu passado,
pelos ecos do que foste e que guardo na alma.

Inserida por gildersonsantos

⁠Monotonia que se faz dia,
colorido que revela sonhos.
Arte que mistura os opostos,
e apreciar é, então, absorver essa dualidade.

Se apreciar é absorver, por que o estado é distinto?
Distinto, porque ser colorido é ser alegre, e a alegria é fúria.
Monotonia é ser parcial, sem graça, mas previsível.
Por que, então, o estado da apreciação é tão singular?

Singular porque a arte, em sua mistura,
traz à tona o melhor de cada gesto e emoção:
seja dor, seja amor, a vida, como destruição, é também união.
É preciso harmonia para existir, e destruição para alcançar o ápice desse encontro.

Inserida por gildersonsantos

⁠A cada amanhecer, defina-se como um gira-sol, não apenas um girassol. O brilho que irradia de você ilumina constelações, e ser apenas uma força guiada pelo sol seria injusto diante da beleza que você traz ao mundo.

Inserida por gildersonsantos

⁠A alegria da história se contrapõe ao mero resgate,
Pois alegria não se replica, se cria — com amor e cuidado.
A alegria da história se contrapõe à imitação,
Pois uma máscara não traz de volta a forma original, mas cria uma nova.

Conceber a imitação como verdade é acreditar
Que uma nova vida pode substituir a que foi.
Mas vida e alegria são preciosidades do tempo,
Nem o espaço-tempo consegue recriar.

Se o fizesse, seria uma lembrança regravada,
Que, como fuga, teme uma falha, um erro brusco que cometeu.
Assim, deve viver e o cuidado ser o guia, pois, na pausa do desânimo, pode-se perder
Algo belo como a vida: um simples sopro que dá fim a uma era que se foi.

Inserida por gildersonsantos

Viver é o transcender das possibilidades, é o abrir de asas para o mundo.

Inserida por gildersonsantos

⁠Justiça que irradia, que como foice desafia.
Atormentado, que pelo escudo encontra proteção,
Sente antecipadamente a dor que dilacera — e, talvez,
O próprio prazer de ver a Justiça cumprir sua razão.

Atormentado que, pelo escudo hostil, contempla o vazio,
Escudo que, em tempos, fez o brilho do povo esmorecer,
Frente a uma doutrina que, sob mãos desviadas,
Por vezes, transforma o poder e ofusca a Justiça.

Mas a união constrói o povo,
E no atormentado nasce a força que renova a Justiça,
Conduzindo o poder a um fim mais nobre:
Reparar as falhas e trazer luz onde a sombra tentou se erguer.

Inserida por gildersonsantos

Tic tac, o tempo passou,
Tic tac, o tempo nasceu.
Bloom, algo aconteceu, um novo sorriso surgiu,
Conquistas e oportunidades, um ano floresceu.

Tic tac, desafios tornaram-se vilões,
Vilões tornaram-se heróis, e o mundo tornou-se ilusório.
Assim, o ânimo virou comédia, mas o relógio não para,
Segue fluindo na correnteza das decisões e emoções.

Tic tac, os modos reiniciaram, o ciclo mudou,
O ambiente e as pessoas passaram, a nostalgia virou decisão.
Bloom, o relógio quebrou, mas outro tomou o lugar,
Um velho ano findou, para outro começar.

Inserida por gildersonsantos

⁠Aglomerado de folhas unidas por um elo,
Papel áspero que, fontificado, as protege.
No início e no fim, se tais palavras descrevem,
Apresento à vista: um caderno.

Um caderno, ou melhor, um diário que, simples,
Traz à lembrança uma época branda,
Quando a riqueza era lenda
Ou, por que não dizer, a liberdade, uma dádiva,
E estudar, uma oportunidade.
Tudo mudou, e com isso, o significado.

Hoje, o caderno é um recurso cuja importância se perdeu.
A riqueza se foi, o significado do significado
Desconfigurou-se. Pois tudo se pode ter,
Mas o porquê de ter não existe;
O para quê se dissolveu.

O altruísmo e a resiliência de outrora
Tornaram-se as lendas de hoje.
Sonhos escaparam dos sonhos para uma realidade medonha,
Onde significar é apenas alinhar-se
A uma linha percebida, que leva ao nada.

Inserida por gildersonsantos

⁠Se amar é cuidar, por que deixamos para lá?
Porque amar é se entregar ao futuro ou ao presente.
A decisão é quem vai determinar, o medo do futuro
Pode então nos moldar, tentando fazer do amar pendurar.
Mas o futuro é incerto, caro interlocutor,
E o amor que se põe no futuro pode se desluir.
Assim dizia: por que deixamos para lá?
Se somente o presente pode usufruir e barrar,
Fazendo o amor, agora, se fazer e cuidar.

Inserida por gildersonsantos

⁠Um pedaço dilacera da alma perdida,
como sonhos aprisionados que, sem abertura, sufocam
em meio aos nãos, entre paredes que trancafeiam multidões.
Um anseio pelo fracasso que não chega,
mas que convida a procrastinação,
um anseio de não chegar,
que chega sem falar.
Suspiro que nasce deste mundo,
é simples, é se calar,
seguir a este tormento, fazendo este eco soar,
para que o sim, tão detido e distraído,
se possa enfim chegar,
fazendo alusão ao sucesso que, a todos, de forma diferente,
anseiam, desta vez, transbordar.

Inserida por gildersonsantos

⁠Conectando o mundo, podemos pessoas ver.
Mas conectar... será mesmo?
Para ver, basta um passo, um chamado, uma troca.
Se conectar é mais do que enxergar,
é deixar que o mundo nos toque,
é atravessar os muros invisíveis entre nós.

E, no entanto, a verdadeira conexão nunca chega.
Não porque está longe, mas porque a deixamos desluir.
Ela se dissolve entre os rostos —
amigos ou estranhos, conhecidos ou esquecidos.

Tristonho, enfim, lhes digo:
esta poesia é de nada,
mas, talvez, seja de tudo.
Entre versos doces ou amargos,
há um eco do que perdemos.

Simples é conectar.
Difícil é perceber que, entre os delírios do tempo,
fomos nós que nos perdemos...

Inserida por gildersonsantos