Gilceleno Júnior

Encontrados 7 pensamentos de Gilceleno Júnior

⁠Amor & Música


O amor é um turbilhão de emoções, uma sinfonia de sentimentos que transcende as fronteiras da linguagem. Sua essência é tão poderosa, tão avassaladora, que não pode ser contida apenas nas palavras. Foi assim que a música surgiu, como uma extensão natural do amor, uma linguagem universal capaz de expressar o indizível.

Quando os corações transbordam de paixão, quando as emoções estão tão intensas que as palavras parecem insuficientes, é na melodia que encontramos refúgio. A música se torna o veículo perfeito para traduzir o amor em acordes, em notas que ecoam nos recônditos da alma. Ela preenche os espaços vazios, presta voz às palavras não ditas e nos leva a lugares onde as frases se perdem.

Nos versos de uma canção, os poetas e compositores conseguem capturar a essência do amor, explorando suas nuances, suas profundezas e suas alegrias. A melodia envolve os sentidos, transformando os momentos em memórias sonoras, marcadas para sempre em nossos corações.

Além das palavras e da melodia, a dança também se une nessa sinfonia do amor. Quando o ritmo toma conta do corpo e as emoções transbordam, encontramos uma forma única de expressão. Os movimentos ganham vida, a energia flui e a conexão se estabelece. A dança nos permite comunicar o que está além das palavras, revelando a intensidade dos sentimentos em cada passo, em cada gesto gracioso.

Assim, o amor e a música entrelaçam-se em um abraço perfeito, complementando-se e elevando-se mutuamente. Um não existiria plenamente sem o outro, pois é na melodia que o amor encontra sua voz mais verdadeira, e é na dança que ele ganha o movimento e a expressão que transcendem os limites do pensamento.

Que possamos, então, nos entregar a essa sinfonia do amor, permitindo que a música nos guie, nos inspire e nos conecte. Que possamos dançar ao ritmo dos nossos corações apaixonados, e que a harmonia desse encontro nos envolva em sua magia indescritível.

Inserida por Gilceleno

⁠Para seguir adiante, o ser humano deve,
Como foguete que lança sua chama,
Deixar para trás o peso que o retém,
Soltar suas âncoras, desfazer-se do drama.

Na caminhada da vida, empurra o chão com os pés,
Deixa marcas que desaparecem, lembranças que se vão,
Para avançar, precisa abandonar, às vezes,
O passado que pesa, as sombras de uma estação.

Assim como Newton disse em sua lei,
Para cada ação há uma reação,
O ser humano também deve entender,
Que deixar ir é parte da transformação.

E ao libertar-se do que prende e impede,
Com leveza e graça, encontra o seu voo,
Pois, para seguir em frente e crescer,
É preciso deixar algo para trás, sem medo.

Inserida por Gilceleno

⁠⁠O Amor e os Ciclos da Vida

Eu posso te amar para sempre, ainda que saiba que o "para sempre" nem sempre nos pertence. Os ciclos se encerram, mas o amor, esse, nunca desaparece. Ele não é um lugar ao qual voltamos, mas algo que carregamos dentro de nós. Porque o amor não mora no tempo, nem no espaço; ele vive em quem somos e no que nos tornamos.

Quando cruzamos o caminho de alguém, trazemos um propósito: aprender e ensinar. Talvez você tenha vindo para me mostrar a delicadeza de sentir, ou talvez eu tenha sido o espelho onde você encontrou a força que não sabia ter. E, uma vez que essas lições são dadas e recebidas, o ciclo se fecha. Não porque falhamos, mas porque cumprimos o que nos foi destinado.

Isso vale para tudo – amores, amizades, trabalhos, e até para a própria vida. É como amar a vida perdidamente, sabendo que um dia o ciclo dela também termina. E está tudo bem. Não há tristeza nisso, porque cada encerramento carrega a semente de um novo começo.

O fim nunca é o contrário do amor, porque o amor transcende o fim. Ele é o que fica depois que tudo passa, a lembrança que aquece, o aprendizado que eleva, o brilho suave que persiste no silêncio das estrelas.

E assim seguimos. Amando o que foi, acolhendo o que é, e confiando no que virá. Porque, no fim, o amor não pertence aos ciclos; ele pertence à eternidade.

Inserida por Gilceleno


Visões de Mirassão

Estava em uma festa, música alta, luzes piscando, quando de repente surgiram alguns homens armados na rua. Disparavam para cima, como se quisessem marcar território ou apenas espalhar o caos. Um deles, segurando uma pistola, se assustou com a própria violência e, num gesto desesperado, lançou a arma para cima do telhado de uma velha senhora.

A mulher saiu para fora. Era negra, de cabelos brancos, longos como dreads, irradiando uma presença ancestral. Seu olhar atravessava a cena como se já tivesse visto tudo aquilo antes, como se nada a surpreendesse. Foi quando outro homem começou a atirar—desta vez com uma metralhadora. O som seco dos disparos preenchia o ar como trovões metálicos.

A polícia chegou, rápida e implacável, levando os atiradores. A poeira do tumulto ainda pairava no ar quando a senhora se voltou para mim. Seu olhar era profundo, e sua presença começou a se expandir. As sombras ao redor se dissolveram, e então, ao invés de pessoas comuns, me vi cercado por rostos humanóides e não humanos. Eles surgiam e desapareciam como fragmentos de um sonho, como se fossem ecos de outras existências, de tempos que eu nunca vivi, mas que de alguma forma reconhecia.

A senhora falava, e suas palavras não eram apenas som, mas vibração. Ela se reafirmou diante dessas presenças, como quem reivindica sua identidade através das eras. Sua voz reverberou dentro de mim, e por um instante, senti que o tempo se desdobrava, me levando a um lugar onde o real e o irreal se entrelaçavam.

O que era aquele momento? Uma lembrança ancestral? Uma revelação? Ou apenas um sonho perdido nos labirintos da consciência?

Inserida por Gilceleno

⁠Dispa-me

Dispa-me das amarras que sufocam a pele,
dos medos que pesam no peito,
das promessas que o tempo desfez.

Desfaça os nós das palavras contidas,
solte as verdades presas na língua,
deixe-me ser voz, ser carne, ser eu.

Desnude-me dos rótulos gastos,
dos olhares que moldam e limitam,
das certezas que nunca foram minhas.

Que sobre apenas o que sou,
sem véus, sem correntes,
inteira.

Inserida por Gilceleno

Universo em Sardas

Ela é doce,
um fragmento de estrelas,
um universo tão gentil,
uma força que dança
entre o caos e a suavidade da pele.

Sagitariana,
com olhos que guardam o sol
e a promessa de manhãs claras.
Sardas espalhadas como constelações,
um mapa que me conduz
ao infinito que é ela.

Quando a vi pela primeira vez,
tranças moldavam seu rosto,
como raízes de histórias
que ainda quero desvendar.
E ali, sem saber,
me perdi em sua órbita.

Ela me deixa sem jeito,
faz do meu silêncio
uma poesia desajeitada,
borboletas no estômago,
o clichê que nunca pensei sentir.

Quero vê-la como é,
nua de máscaras,
livre de barreiras,
um livro aberto
que anseio ler
com o cuidado que merece.

Porque nela há beleza no caos,
uma dança entre força e fragilidade,
um mundo que se revela
apenas quando está só,
e mesmo assim,
me deixa inteiro.

E ao vê-la,
como não sonhá-la?
Como não escrever versos
que tentam capturar
o que palavras não alcançam?

Ela é um universo em sardas,
e eu, um pequeno planeta,
grato por girar em sua órbita.

Inserida por Gilceleno

Cansaço do Sentir

Estou cansado de sentir,
de carregar o peso do mundo em meu peito,
como se cada batida fosse um grito,
e cada silêncio, um adeus que nunca termina.

Tentei provar que sou bom —
mas o bom não basta para quem
não ouve,
não vê,
não sente.
Machuca, como espinhos invisíveis
que cravam no que há de mais puro em mim.

Hoje, te tirei de mim.
Arranquei aos pedaços o que nunca foi nosso,
o que poderia ter sido, mas nunca será.
Doía.
Doía como se o universo me desfolhasse,
mas essa dor vai além da poesia.
É a dor de quem ama,
mas não encontra eco.

Você se afastou,
como a lua que se esconde atrás das nuvens,
negando sua luz ao mar que a espera.
De tudo que poderíamos ser,
sobrou apenas o vazio
e o eco das palavras que nunca dissemos.

Eu só queria a simplicidade:
saber como foi o seu dia,
se você bebeu água,
se esteve bem —
mesmo que longe de mim.
Era suficiente,
ou eu acreditava que seria.
Mas você me ignorou,
e o silêncio gritou mais alto que qualquer palavra.

Tudo doía. Tudo.
Mas do caos que me consome,
eu me refaço.
Estou cansado de sentir,
mas não deixarei de ser o que sou.
Eu sou amor,
sou a imensidão de um céu que não se apaga,
mesmo quando ninguém mais o observa.

E assim sempre serei.
Mas não pra você.
Minha luz encontrará outro olhar,
meu amor será lar onde for bem-vindo.
E enquanto a dor se dissolver em lembrança,
eu seguirei —
não vazio,
mas livre.

Inserida por Gilceleno