Biografia de Gilberto Freyre

Gilberto Freyre

Gilberto Freyre nasceu no Recife, Pernambuco, no dia 15 de março de 1900. Fez seus primeiros estudos no Colégio Americano Batista, onde se formou em Letras. Com 17 anos foi para os Estados Unidos, como bolsista, fixando-se no Texas, onde estudou Ciências Sociais na Universidade de Baylor. Fez pós-graduação, obtendo o título de Mestre em Artes na Universidade de Columbia, em Nova York. Sua dissertação de mestrado versou sobre a vida social do Nordeste do século XIX e seria a base do seu principal livro, “Casa Grande & Senzala”.

De volta ao Recife logo se integrou à sociedade local, manifestando grande interesse pelos problemas regionais. Foi secretário particular do governador Estácio Coimbra, encarregou-se da direção do jornal oficioso “A Província”, lecionou Sociologia na Escola Normal, especializada na formação de professoras, que pela primeira vez a disciplina era matéria regular numa escola no Brasil.

Na década de 30, Gilberto Freyre escreveu suas mais destacadas obras, todas voltadas para o problema da formação da sociedade patriarcal no Brasil: “Casa Grande & Senzala” (1933), “Sobrados e Mocambos” (1936) e “Nordeste” (1937). Na década de 40, lança-se em campanha aberta contra o Estado Novo. Nas eleições de 1945, foi eleito para a Assembleia Constituinte, participando da elaboração da Constituição de 1946.

Transformada a Constituinte em Assembleia Legislativa, Freyre permaneceu na Câmara e, em 1947, apresentou o projeto de criação do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, órgão que deveria se dedicar ao estudo e à realização de pesquisas sobre as condições de vida do trabalhador rural do Nordeste. Em 1949, o Instituto foi transformado na Fundação Joaquim Nabuco.

A obra de Gilberto Freyre contrariava muitos interesses porque se opunha à ideia da superioridade racial do branco. Freyre combatia o latifúndio, defendendo a necessidade de melhoria das condições de vida da população camponesa e a reforma agrária. Combatia ainda o problema da poluição dos rios pelos resíduos das indústrias, se tornando um pioneiro da Ecologia. Gilberto Freyre faleceu no Recife, Pernambuco, no dia 18 de julho de 1987.

Acervo: 12 frases e pensamentos de Gilberto Freyre.

Frases e Pensamentos de Gilberto Freyre

Sem um fim social o saber será a maior das futilidades.

Gilberto Freyre

Nota: Trecho de discurso de "Adeus ao Colégio", novembro de 1917.

O saber deve ser como um rio, cujas águas doces, grossas, copiosas, transbordem do indivíduo, e se espraiem, estancando a sede dos outros. Sem um fim social, o saber será a maior das futilidades.

Gilberto Freyre

Nota: Trecho de discurso de "Adeus ao Colégio", novembro de 1917.

Da cunhã é que nos veio o melhor da cultura indígena. O asseio pessoal. A higiene do corpo. O milho. O caju. O mingau. O brasileiro de hoje, amante do banho e sempre de pente e espelhinho no bolso, o cabelo brilhante de loção ou de óleo de coco, reflete a influência de tão remotas avós.

Gilberto Freyre
FREYRE, G., Casa-Grande & Senzala

A culinária é uma das maiores expressões do comportamento humano, do saber humano,da criatividade humana, muito do saber humano está naquilo que você come.

Se depender de mim, nunca ficarei plenamente maduro nem nas ideias nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental.

Gilberto Freyre
Tempo morto e outros tempos: trechos de um diário de adolescência e primeira mocidade, 1915-1930. São Paulo: Global, 2012.
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