Gil Vicente
Gil Vicente nasceu em Guimarães, Portugal, no ano de 1465. Sua carreira teatral começou por ocasião do nascimento do príncipe D. João, futuro D, João III, em 1502, quando encenou o “Auto da Visitação” ou “Monólogo do Vaqueiro”, em que um simples homem do campo expressa sua alegria pelo nascimento do herdeiro, desejando-lhe felicidade. A interpretação entusiasmou a corte, que lhe pediu a repetição na passagem do Natal. Para a ocasião escreveu “O Auto Pastoril Castelhano”.
Inicialmente inspirou-se na obra do castelhano Juan del Encina. Nessa primeira fase, suas peças de conteúdo religioso, tinham a mímica como papel importante e se organizavam de maneira improvisada, mas depois desenvolveu suas peças de maneira original, algumas em espanhol, outras em português e outras bilíngues.
Na segunda fase de sua obra, Gil Vicente faz uma observação satírica da sociedade da época. A arte possui uma linguagem ferina, viva e adquire caráter mais pessoal. São dessa etapa as obras-primas vicentinas: "Auto da Índia", "Quem Tem Farelos ?”, “Exortação da Guerra”, entre outras.
Na terceira fase, Gil Vicente atingiu a maturidade intelectual. Na dramaturgia vicentina, aparecem, ao lado da crítica de costumes, atitudes moralizantes de caráter medieval. São dessa época: “Farsas de Inês Pereira”, “Auto da Beira”, “O Clérigo da Beira”, “Auto da Lusitânia”, entre outras. Gil Vicente faleceu em Évora, Portugal, provavelmente em 1536.