GIL M. FLEMING
Teus problemas só você pode resolvê-los, não se fie na ajuda de terceiros, pois como a própria palavra já o diz, é só uma ajuda.
A relação entre a imensidão infinita do universo e o interior de um ser humano é tão completa e óbvia, que me admiro de não ser correntio e sim, a contrario sensu, totalmente ignorada.
Uma vida inteira de esforço e perseverança, no sentido de se tornar uma pessoa melhor, não é nada perto da força do seu verdadeiro "EU".
Crie seus filhos do jeito que você ache correto, pois será só você que responderá por essa criação.
Não basta ter sonhos, é preciso a vontade real de alcançá-los, esta é a força mais poderosa que o homem possui: a capacidade de realizar seus desejos e concretizar seus sonhos.
Viajo pela noite sem me lembrar, do dia que passou, é ou virá. Deitado em uma cama, olhos fechados, mente obliterada pelas imagens da comunicação, sinto cada vez mais distantes, em certezas pungentes, meus instintos naturais.
A natureza chama, vejo seus gritos entrarem por debaixo das costelas tirando a respiração. O coração se comprime, um gosto ferruginoso pela saliva e os olhos – ah! Os olhos – enchem-se de lágrimas, numa tristeza/felicidade de querer expressar o indefinível – a incrível aventura de existir.
Quantas luzes podem existir?
Luz das estrelas, a luz dos olhos
Cidades-luz, luzes de Edson
A luz de um sorriso, da infância feliz
Luzes de carros, apressados, luzidios
O brilho do ódio na intolerância humana
Árvores de natal, luzes coloridas
A luz vermelha, convite à carne
Luzes piscantes da adoração xenófila
O farol da justiça, fraco, desfocado, vacilante
Luzes que se foram e que virão
Luz da vida, da morte
E tantas outras que aí estão.
Afago o coração e aparto a sabedoria, para que, no meu dia, ela possa voltar para seu berço, a aguardar novo recomeço, fiel e serena como a esposa, ardente e inquieta como a amante.
Que sabes tu, ó incansável guerreira? Por quê me pedes as horas?
Dondes tem que te devo contas? Se já lhe dei satisfações, não lembro.
Quando o meu dia chegar, não espere de mim lamentações, pois de bom grado irei.
Só não a quero sempre por perto, conquanto de tua presença não gosto.
Tu com o véu dos tempos sobre os olhos e a foice insaciável, desagrada o que a ti não pertence.
A vida, meu elemento, não se inclui nos teus termos, aguardes, então, tua vez.
Traiçoeiras verdades rondam meus pensamentos.
Querendo me impingir conceitos métricos de sua lógica cartesiana.
Querendo me enquadrar na sua teia melindrosa de figuras exatas.
Querendo me submeter aos seus padrões rígidos, lúcidos, estóicos.
Mas, num arroubo de embriaguez, bebo até o último gole de sonho.
Lambuzo meu peito de esperanças incertas.
Atrelo meu futuro a uma plêiade imaginária, luminosa.
E assim me vejo feliz, longe de verdades, mas nem por isso perto de mentiras.
Melhor que se prove a carne, pois só o espírito te acompanhará. Não perca, porém, o seu horizonte, senão até tua alma perecerá.
Após milhares de anos de história, vitórias e derrotas se confundem.
Sem saber se evoluímos ou regredimos, seguimos, cegos, planos de "Outrem".
A nós, não cabe saber o destino, porém, podemos escolher o caminho.
No alto do abismo a única certeza que restava era a vontade de voar.
Olhei para trás e vi o quanto já havia escalado.
Lembrei dos momentos bons e dos ruins, sem poder dizer quais tive mais.
A subida foi e tem sido difícil, mas o desejo e o dever de crescer sempre foram mais fortes.
Quantos amei ou odiei? A quais estendi a mão ou ignorei? Para quem sorri ou amaldiçoei? Não sei e talvez já não queira recordar.
Tudo o que importa, tudo o que vejo agora, é o horizonte à minha frente.
Estradas brotam como uma miríade de estrelas, largas ou estreitas, pedregosas ou pavimentadas, duvidosas ou sinalizadas, curtas ou infinitas, solitárias ou lotadas, com destino certo ou sem destino algum, mas no final são só estradas e a escolha é de cada um, individual e inescusável.
Então, num impulso me atirei, as pernas esticadas e os braços bem abertos.
Com os olhos fechados senti o vento bater confiante no meu corpo inteiro. Sua voz imperiosa dizia: “você pode”.
Na queda, naquele mergulho vertiginoso, juntei todos os pedaços e, num espasmo de onisciência, entendi tudo, para, no mesmo instante, poder esquecer. Estava voando.
Se algum dia sua vida estiver à deriva, lembre-se que sempre há vento para inflar as velas, basta corrigir o rumo.
Ouço, ao longe, os gritos do bardo
Suas palavras são como o mel furtado às abelhas
Adoçam e alimentam, apesar dos aguilhões
Falam de paz e harmonia nos convidando à guerra
Suscitam risos com lágrima nos olhos
Trazem a esperança, abandonada pela conformação
Devolve-nos, enfim, a vida, o poder de voltar a sonhar e lutar pelos nossos sonhos.
Há, digam-me, dia certo para ser feliz?
Ou quem sabe hora determinada?
Já não bastam todos horários a se cumprir?
Então – meu amigo – não espere, pois HOJE é sempre o melhor dia para ser feliz.
Fúria avassaladora, eu sei quem és
Sei da onde vens e para onde vais
Sei o que queres e o que abomina
Sei da tua coragem e do teu medo
Sei da vontade de chorar nas tardes de chuva
Sei da impotência quanto à infância infeliz
Sei das lembranças dolorosas que insistem em te acordar
Sei do teu início e tremo em pensar qual será teu fim
Sei que nada posso fazer, mas mesmo assim tento
Tento afagar teus cabelos, empastados com o desespero
Tento enxugar tuas lágrimas, já vermelhas
Tento acariciar-lhe o rosto, ainda suado do último pesadelo
Tento abraçar-te, assombrado por teu tamanho
Tento virar tua face, tirando-a do passado
Tento um sorriso e me amedronto com a dureza desta cerviz
Tento, por fim, chorar. Um choro manso, miúdo, sorrateiro,
insistente. Choro de quem gosta, quem procura a felicidade.
Calmo, sereno, ainda que passional.
Assim, pacientemente, espero penetrar no vórtice e dissipar,
antes que seja tarde, teu furacão.
A época mais feliz da minha vida, foi quando parei de buscar a felicidade.
Se me fosse dado aconselhar alguém, diria: - não procure a felicidade.
Aonde está escrito que nascemos para ser felizes.
Nascemos para viver e para se viver plenamente é necessário dor, desespero, tristeza, perdas, derrotas, enfim, tudo o mais capaz de nos fazer sentir o pulsar da vida.
A felicidade é só uma dentre as centenas de emoções e sensações que a vida nos oferece.
Portanto, não fique se lamentando pela sua infelicidade, é também para isso que estamos aqui. Aproveite, aprenda, cresça, talvez seja sua última chance.
Ser feliz, ou não, não é a questão. Nunca foi. O importante é a vida. Ao penetrar nessa verdade você terá a verdadeira felicidade, mesmo na infelicidade.
O cérebro deve ser tratado tal qual um músculo. Se exercitado, torna-se forte e aumenta sua capacidade. Relegado, atrofia, advindo torpor e inépcia.
Admitir isso é só o início do caminho. Há que se ter vontade, malhar com determinação, buscando sempre alcançar o nível acima. Desta forma, o objetivo passado, frente ao futuro, sempre se torna mais fácil, preparando-nos para o que virá.
Um segundo passo é ter fibra, não perder o horizonte, o alvo concebido. Resistir as tentações do comodismo e da conformação, pois só assim faremos jus à nossa racionalidade.
Já não espero compreensão, nem te desperto mais no meio da noite.
Ainda lembro dos cantos escuros, das lágrimas derramadas
Sozinho, calado, para não permitir meu sofrimento, sei que desdenharias
Hoje estou em paz, aprendi viver à sua margem, independente
Encontro consolo no sorriso daqueles que de mim são parte, obra viva do meu ser
Quanto ao fogo da paixão, digo: ainda vive, incomensurável
Ávido por arder falta-lhe objeto, desespero do corpo, angústia da alma
Contido, sigo, na esperança de uma nova curva, talvez alguém na beira da estrada, acostado, à espera do que tenho em abundância.
O direito de resistência (jus resistentiae) é imanente ao ser humano, sendo o que de melhor há na sua condição racional, devendo, por isso, ser respeitado e aplaudido por todos aqueles que detenham poder sobre o destino de outrem.
O que separa um vencedor de um perdedor é, única e exclusivamente, a capacidade de resistir ou se deixar vencer, parar a meio caminho ou perseverar, mesmo (e especialmente) nas adversidades.
A necessidade de crescimento, ainda que dolorosa, haja vista a ascendência da preguiça sobre o espírito humano, deve ser satisfeita; não só saciada, mas, acima de tudo, fomentada, numa busca constante de aperfeiçoamento.