Getulio Rogério Lourenço
Brisa
Sopra leve, bem doce,
O sopro do espírito,
Elevando o pensamento,
Além do simples momento,
É a brisa do amanhã.
Um ruflar de asas, sublime,
Protelando a verdade,
Que machuca, fere,
Aliviando. E quem não prefere
Que seja assim?
É a sabedoria que chega,
Para quem de fato perceber,
Toma conta da essência,
Ressurreição de carência
Para o que voar.
Que venha tudo assim,
Calmamente, sempre,
O saber, o aprender, o ouvir,
O tentar compreender, o sentir,
Para aos poucos, no seu tempo,
Construir-se homem.
(Getulio R. Lourenço)
Poema da noite
É o poema
Que acompanha o deitar,
Lembra assim
Como as estrelas,
Lágrimas ou sorrisos se fim.
Lembra o amante
Apaixonado e sua lua.
O que vaga só
Pela rua, como eu,
Recordando o amor
Que perdeu.
É o poema
Da oração, do rever
O dia passado
E o que pode vir a ser.
Do abandonado
Que quer renascer.
Lembra você,
O dolorido adeus,
A cor daquele céu,
De brumas e breus,
De amargos e mel,
O bem, o mal e Deus.
É assim o poema,
Poema da noite,
Do sonhar contigo,
Do amar o açoite,
Dos boêmios e seus banjos,
Do durma com Deus
E sonhe com os anjos.