Gerhard Neno
Tarde de um verão sem sol.
Foi quando eu me dei por conta, sem saber por onde, nem onde se encontra, o pedaço que me falta, a alegria que não chega, o dia que não termina.
O doce se tornou fel, a graça em amargura, o pranto chegou, e a tristeza faz pirraça pra não ir embora, tudo por que você não está aqui, minha menina, Nina.
Se tudo nessa cidade me lembra você, se todo o medo insiste em residir no peito, em desobedecer, o que me deixa perdido, à mercê, estar sem seus olhos.
Pode ser egoísmo, que seja, mas a sua falta resiste em bater, lateja.
Até das brigas e implicâncias eu sinto falta. Sinto falta de ser amado de exercer o amor, colocá-lo em pratica.
Falta do teu sorriso, da sua voz, do teu toque, do teu cheiro, falta do teu beijo.
A comida perdeu o sabor, a música se achou em uma longa pausa, os dias se tornaram cinzas e eu tentando te esquecer.
Me sinto perdido, amando sozinho o que eu insisto em não deixar se desfazer.
Dentro de mim a esperança fez morada, na dor, na solidão, no desejo, no sonho, na utopia de ter e fazer de você a minha eterna namorada.