Geraldo Quintão Castro
É tão sublime o amor e me encanta,
Deslumbra a alma em regozijo de paz;
É força de vida e me levanta,
Que vai o ódio embora que se desfaz.
O amor vem de Deus e me acalenta,
Me transforma simplesmente melhor,
Engrandece min'alma que se assenta,
No júbilo amoroso do Senhor.
O amor é a liga como cimento,
Enlaça as pessoas de forma coesa,
Encoraja o Homem não ser ciumento;
Pois, ciúme doentio não dá certeza.
Este amor que me ajuda caminhar,
Que de mãos dadas, transforma o irmão,
É a grandeza de Deus: servir e amar.
Amar sempre de todo coração.
O ódio é um vale imenso,
Com grandes rachaduras,
Que faz buraco extenso.
No entanto qual é sua cura?
Somente a grande ponte
Que liga nas alturas.
Então que ponte é esta?
É o amor que se desponta
Na alma grande seresta.
Só por hoje, feliz serei,
Te darei com fé um abraço,
Um largo sorriso darei,
Como o amor é um grande traço.
Só por hoje alto louvarei,
À natureza numa boa,
À toda criatura cantarei,
Como todo sino que soa.
Só por hoje, manso falarei,
Abrirei a boca e bendizer,
Como forma amável direi:
A mim direi o que fazer.
Só por hoje farei doação:
Darei com mui fé o bem maior;
O amor que chega ao coração;
Pois, é o amor que vem do Senhor.
oh! homem porque choras,
O leite veemente derramado,
Depois de ver a mata derrubada?
Ame oh! homem a natureza,
É a nossa grandiosa mãe,
Continua bela na sua realeza.
É ela que nos dá sustento,
Mata a sede e nos dá abrigo,
Da terra sai o nosso alimento.
Da floresta vem o equilíbrio.
As águas nos mananciais,
É fonte de vida a todos animais.
A verdadeira conversão vem de dentro do coração, que é o verdadeiro templo, ou seja de dentro para fora e não de fora para dentro.
Somos livres desde a criação. Liberdade pela razão, liberdade pelo preço da liberdade.
Liberdade para prisão, ou liberdade na presença Divina; pois,o preço da liberdade é a eterna vigilância. Cada ser humano paga o preço da sua própria liberdade.
Os filhos implumes outrora,
Com inocência que encantavam,
Belos sorrisos e brilho da aurora,
Graciosamente brincavam.
Um, dois, três, que bela escadinha.
Eles da janela olhavam,
Vindo eu bem de tardezinha,
Com sorrisos me alegravam.
Não posso deixar de escrever,
De Marli mãe maravilhosa,
Tinha muito o que fazer,
Cuidar de tudo e ficar graciosa.
Eles foram crescendo no amor,
Da minha, nossa limitação,
Ensinando-os dar o devido valor,
Ao amor, à vida e o perdão.
À noite os três filhos ao deitar,
Bruno, Flávio e o caçula Rafael,
Íamos todos para o quarto rezar,
Agradecer ao Papai do céu.
Todos os dias depois da oração,
Contava eu uma estorinha,
Com tanta alegria e satisfação,
Da raposa, leão e da galinha.
Cada dia uma nova estória,
Tirada do livro ou da cachola,
Em um momento a vaca vitória,
Noutro a danada galinha angola.
Aos poucos foram eles crescendo,
No tamanho e na inteligência,
As plumas assim aparecendo
Como também desobediência.
Os filhos plumes já crescidos,
Espero vê-los com sucesso,
Sucessos que bem merecidos,
É o desejo do Universo.
Agradeço oh! Deus do retorno,
Destes filhos maravilhosos,
Lá atras plantada com adorno,
O amor destes pais amorosos.
Defeitos aqui temos também,
Quantas vezes pedir-lhes perdão,
Pelo erro cometido a alguém,
O perdão vindo do coração.
Espero que tenham juízo,
Amor, verdade e confiança,
Em Deus, com amor e altruísmo,
Fortalecendo a esperança.
Oh! homem não sejas perverso.
Não destruas, não poluas e não mate,
Tudo ao contrário é reverso,
Não faça da vida descarte.
Quão bela é a natureza,
Vista de todos os lados,
De cima visto com pureza,
Com os olhos e coração alados.
Perplexos temos que ficar,
Dar um grito, um grande basta
Aos olhos inescrupulosos.
Para que destruir e maltratar,
Poluir a própria casa,
Dizendo ser corajosos.
O ontem sei que vivi, alegre, triste ou não.
A Deus, o meu agradecimento, que me ajudou a caminhar,
e que soube me esperar, viver o dia de hoje,
trazendo na palma de sua mão minha vida, vivida.
Hoje, melhor que ontem, procuro com meu coração,
superar minhas fraquezas, agradecer com humildade,
cada passo com mais certeza.
Hoje, hoje traz-me conforto; pois, sei que devo o ontem
esquecer, apenas o bem na saudade,
e o mal pressinto desconforto.
O ontem que pôde ser de medo, e também de maldade,
faço hoje do ontem uma ascensão,
para que livra-me Senhor com humildade de minha imperfeição.
Livra-me Senhor da ansiedade de viver hoje
o amanhã sem razão, esta outra eternidade; é negra,
sombria, sem coração, só a Deus pertence a Ele a solução.
Cabe-me então, viver o agora somente,
buscar sabedoria e com razão.
Aceitar a realidade felizmente, me traz conforto e satisfação.
Oh! Deus, o atribuo a minha alegria,
que tanto me ajudou na caminhada, e poder chegar neste
fim de dia e dizer-lhe: muito obrigado.
Olho para o alto, vejo o além.
O azul está aquém.
Quão belo é este azul, azul barreira
E não posso ver além.
O além é o infinito, no infinito está a beleza
Que não posso ver; sinto apenas a presença
De um maravilhoso ser.
Não está no infinito, está jundo de mim.
É este o justo amigo, que me ampara,
Me conduz, me dá a força que preciso.
É Ele o maior amigo. É Jesus.
Meu tempo de criança.
As plantinhas dos pés no chão, já ao acordar, roupa remendada; porém limpa. Batata assada no borralho do fogão, broa de fubá e café,era a merenda matutina antes de ir à escola. Que delícia! ia com os coleguinhas cantarolando e conversando. Bornal no ombro, carregando os caderninhos, lapes partido ao meio; pois a outra metade para o irmão. A
realidade era esta. Outro pedaço de lapes,só ganharia quando não dava mais para segurar. Com carinho guardava e não perdia. Naquele tempo a professora era a segunda mãe, e era respeitada. Os ensinamentos eram feitos com todo amor, e o salário era apenas para sobreviver. O pais apoiavam todo corpo docente da escola.
No jardim da infância, aprendi ler, escrever, e fazer as primeiras continhas.
Nesta tenra idade, com nove anos, após chegar da escola, almoçava e ia ajudar o pai na roça. De pés descalços, com enxadinha no ombro subia e descia colina, até chegar ao milharal. O sol a pino, meio dia,era o início da jornada.
À noite estudava e fazia a lição com luz de lamparina.
Às vinte horas mais ou menos, meu pai contava estorinha antes de ir dormir, juntamente com outros irmãos. Que pai maravilhoso! A mamãe fazia broa e café para cearmos. Muitas vezes antes de deitar, socávamos arroz, ou debulhávamos milho à mão, para no dia seguinte ter o que alimentar. Com tudo isto, vivíamos felizes. Estudava, trabalhava e brincava. Nos finais de semana, tinha mais tempo livre para brincar.
Hoje as crianças têm tudo. Têm tempo de sobra para fazer coisas erradas. Não podem trabalhar, ou mesmo ajudar os pais; mas podem vender drogas e outras mais. Não podem ganhar um tapa dos pais, mas quando crescem podem apanhar da polícia. Que inversão de valores!. Eu era feliz e não sabia...
Tu que olhas no espelho minha amiga,
Veja se és feliz com sorriso amargo,
Veja ao teu redor o que lhe intriga,
Aquele entre aspas de sorriso alado.
Abra a tua boca num grande sorriso,
Sorriso engatilhado que é uma arma,
Dando forma e brilho ao coração partido,
Arma poderosa que engatilha a alma.
Deslumbre o seu coração magoado,
Sorrindo e cantando versos de amor a cruz,
Para o verdadeiro amor sagrado,
Dentre todos amores, só o amor de Jesus.
Oh! que saudades da minha terra,
Marliéria, cidadezinha do interior,
Dentre montanhas e muita serra,
Pedaço de Minas de grande valor.
Onde têm grandes matas e lagoas,
Onde quem conhece não esquece jamais,
Onde a gente olha a natureza numa boa,
Neste pedaço de chão das Minas Gerais.
Olhando os montes deste lugar,
E observando com jeitinho o parque florestal,
Onde os lobos uivam ao doce luar,
Ao coração chega um romantismo magistral.
À noite é maior o brilho das estrelas,
A lua chega de forma majestosa,
o canto da coruja encanta a natureza,
E aí vem o amanhã de forma valorosa.
Não sei como ainda hoje está
A escola padre João Borges Quintão,
Onde conheci o primeiro baba,
Escrever e ler a primeira lição.
Na escola secundária Liberato de Castro,
Na adolescência aprendi de certa maneira,
Hastear olhando firme no mastro,
Cantando hino nacional e o hino da bandeira.
É nesta cidade do interior,
Marliéria, dentre vales e colinas,
Onde nasci, cresci e aprendi dar valor,
À vida, ao amor a esta parte de Minas.