Georgia Medeiros
Cansei de perder meu tempo escrevendo pra você.
Pensando em escrever pra você de um jeito que você não teria tanta certeza que todo esse tempo perdido, eu preferia ter passado ao seu lado
Olha, tem gente tããããão inteligente que tem a divina capacidade de julgar aquilo que ainda não conhece, o que não vive. Mas tá certo né, o que a sociedade impõe não devemos contestar, apenas concordar e viver embasados nisso, respirar essa bolha que fede a mentiras.
Vocês pecam nos extremos.
Uns querem ser hippies demais, roqueiros demais, indies demais, countries demais... E no final, todo mundo parece palhaço demais.
Overdose de sentimentos entalados, os mesmos que arranham minha garganta e me perturbam… intensificando a vontade de gritar a falta que você me faz.
Homem que nem me conhece e diz por aí que me "pegou", o que você deve ter no meio das pernas não serve nem pra enfeite!
Brincando de fazer planos eu perco o tempo, arrasto as horas pra lá e trago pra cá as alternativas e escolhas que me distraem enquanto não tenho você por perto.
Eu era tão mais leve, mais expressiva e natural quando ninguém modificava minhas vírgulas e não colocavam ponto final antes da minha frase ser terminada. Era um suspiro, um grito e um alívio que saia sem a preocupação de estar claro, objetivo, simples e conciso. As vezes me sinto uma mercadoria com minhas frases curtas que são utilizadas para atingir, mas deixam de ilustrar o que sinto, o que vivo, o que machuca. Num cansativo e comprido ciclo, que é o espelho do que sou. Sem a necessidade de simplificar, ou agradar... apenas vomitar tudo que não sei digerir.
Já desperdicei raiva, angústia, tristeza, choro e decepção. Hoje desperdiço amor, exagero nos abraços, no carinho e a felicidade exagera em mim.
Deixa ir embora...
As vezes você quer alguém perto, pois não experimentou como pode ser ainda melhor ter essa pessoa longe.
Escrevo acordada, dormindo penso em escrever.
Bebo escrevendo e ao escrever também penso em beber.
Escrevo chorando ou choro de tanto escrever.
Escrevo porque tenho o que dizer ou escrevo porque nada tenho, mas gostaria de ter.
Escrevo porque sinto, porque senti ou porque gostaria de sentir.
Escrevo quando amo e sei amar quando escrevo. Às vezes me amo por gostar de escrever e noutras me odeio por precisar escrever.
Escrevo para procurar alguma coisa que não sei, procuro alguma coisa que não sei para escrever.
Escrevo para negar o que não sou, negar o que eu sou e me negar de eu mesma.
Escrevo para afirmar o que não sou e não quero ser e para afirmar o que um dia eu ainda quero ser.
Escrevo o que sei, sei o que escrevo. Na verdade nunca sei o que estou escrevendo, ou estou escrevendo coisas que nunca saberei.
Escrevo por necessidade e por amor e até mesmo por ter amor a essa necessidade.
Não escrevo por que sei, pois tenho muito a aprender. Escrevo porque tenho que aprender muita coisa que eu não sei.
Eu só queria que pudesse escutar uma de tantas as vezes que em silêncio eu gritei seu nome. E espalhar por aí, um pouco do que você é pra mim.