Geórgia Lira e Andriele Mello

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De Ré

Canto esta melodia
que ecoa com maestria
por corredores sanguíneos.

É muda, é cinza;
é vazia, é oca.
As notas Sol ficam ranzinzas
com a sonoridade louca.

Que som tenho eu?
O som que queres ouvir ou o som da minha essência?
Sinto que não me pertenço,
sem lealdade a mim mesma.

Que som tenho eu?
Soar avulso, vermelha tercina,
púrpuro Si, acorde que ilumina?
Sinto-me mas não reconheço.
Sem dignidade, saio ilesa.

Carrego o fardo de uma vida
que não é minha,
o fardo da falsa personalidade.

Carrego prédios com corredores fora de linha,
prédios dum eu sem legitimidade.