Georges Gusdorf
"Todo professor, seja qual for sua especialidade, é, antes de tudo, um mestre de humanidade, e, por mais medíocre que seja sua consciência profissional, ele é, queira ou não, a testemunha e a garantia, para os que o ouvem, da mais alta exigência."
"...o poder não está a serviço da justiça; procura a potência e a dominação. E as ciências como são praticadas propõem-se apenas secundariamente à pesquisa da verdade; ciências do real e ciências do homem estão ligadas por exigências imperiosas do seu financiamento. A orientação do trabalho científico depende, pois, de finalidade e de prioridades impostas pelo Estado, que utiliza em vista de seus próprios interesses os resultados obtidos pelos cientistas".
"A decisão de contar a própria história atesta uma nova maneira de ser um homem diante dos outros, diante do mundo e diante de Deus. Não se trata somente de contar em estilo de crônica, mas de se resgatar, e mesmo, de se reconstituir. A descoberta de um novo continente – o eu e suas diversas províncias – não manifesta somente uma realidade latente que se encontrava lá, em espera. A nova via de aproximação institui um objeto novo; ela aparece com uma tarefa de retificação, assim como a confissão, ato sacramental que não é somente um dizer, mas um ser em um fazer: uma transfiguração da existência na paz encontrada consigo mesmo, com os outros e com Deus."