Georgeane Lima
Rododendros
Não és uma escultura em perfeição
Nem astro brilhante na escuridão
Mas o magnetismo do teu ser
Isto em verdade me faz ver
Uma harmoniosa e meiga ingenuidade
Aflora-me a sensibilidade
Onde o severo e a ternura
São as tuas essências de doçura
Nem o mais firme azul celeste
Que me cobre e me desampara
Em um vespertino adeus
É tão raro quanto o verde agreste
Que existir eu nem sonhara
E que vem dos olhos teus.
Novembro - 1992
Obs.: Este soneto é parte do livro Gravuras no tempo - Autora : Georgeane Lima
Só me enxergo nos versos
Nas palavras que aprisiono para soltar
o que sinto.
Aqui dentro tudo confuso, conflitos que
alguém já sentiu.
Queria isolar o núcleo do que me corrói
em tristeza.
Só assim teria o verso inédito.
Encontraria o oásis perdido em mim.
Dezembro de 1993
Georgeane Lima
Essa poesia é parte do livro Gravuras no Tempo - agosto de 2014