Geo Cardoso

- Dialogo de olhares

Quando não dizem nada meus lábios e alma perplexa, permeia na solidão,
meus olhos fogem procurando algo que sabem que nunca encontraram sozinhos.
Te vejo e sorrio, e de encontro aos meus, encontro os teus,
teus olhos negros que me levam à algum lugar onde só os anjos já estiveram.
provoco os teus espíritos pelo o meu olhar perdido nas horas em que não me vejo.
E assim palavras são ditas, em silêncio.. na doce quietude dos nossos olhares.

- Redundância

Acredita-se em amor verdadeiro, mas creio que isso seja mais uma redundância do que qualquer outra coisa, afinal, se não é verdadeiro como pode ser amor ?

- A poesia em mim

Quero viver na poesia, me refugiar nas palavras.
Sentir de novo o que jamais senti, falar novamente o que nunca disse.
Quero voar pra bem longe sem sair daqui, gritar com o meu silêncio e saber que vou ouvi-lo também.
Me transportar pra perto de mim, me sufocar do ar mais puro que puder sentir.
Ouvir canções jamais feitas.
Viver a emoção de quem nunca conheci, poder falar sobre amores possíveis , chuvas torrenciais e manhãs desesperadoras, ou quem sabe apenas falar sobre cafés da manhã doces demais e tarde comuns, mas sem nunca me esquecer de citar os encontros e desencontros casuais, sorrisos tímidos e sentimentos bons.
Poder falar de nada, sem remoer a culpa de desperdiçar tempo.
Quero está em dois, três, quatro, mil lugares ao mesmo tempo sem sair de onde estou.
Mas o mais importante de tudo que já disse ; Quero falar para o mundo todo, mas ter a certeza que poucos conseguirão me ouvir de verdade.

Power-off ( Desligando-se )

De manhã café e clichê
a carne veste o vasto
e deixa a alma nua
luxúria, mentiras e ostentação.
outrora era, dança de vagalumes
sonatas de crianças,
enfim teu batom.
ao fim. imaginações, ilusões
canções que descantam.
A alma envelhecendo
frente ao televisor.
Pensamentos prontos e opniões
dissolvidas.
Roubaram a infância das nossas crianças
e só o que restou foram as paixões
dos velhos prazeres ... cicatrizes de felicidade.