Genuzi de Lima
Se eu fosse uma deusa eu arrumava a felicidade
Colocava dentro de uma bomba atômica
Acionava a reação de fissão
E proliferava no espaço.
O FRACASSO DO PAÍS*
Corrupção no Brasil
É fracasso de um povo
E um político ruim
É fracasso de novo
O fracasso do país
- Politicagem povo!
Sextilha – estilo rítmico X A X A X A
AOS NÃO DECENTES
Eu sou aquela não só de momento
Escreverei poesias maledicentes
Corrupção, engodo, envolvimento...
Verbetes considerados indecentes.
Escrevo mais uma vez, uma poesia
Assuntos iguais ou até divergentes
Assunto que não me causa alegria
Éris, chefe da discórdia e seus agentes.
Curupira pedira que proliferasse com clichê
De centro-oeste, nordeste, norte, sudeste, sul
Jatobá, carnaúba, seringueira, mogno, ipê...
Festival em cores verde, amarela, branca, azul...
Nenhum momento excetua o calar
Sonhe e levante-se do divã,
Porque sua atuação há de se espalhar
E acordar o zagal Tupã.
Será? Sou tipo o Boca do Inferno?
Minha essência predomina o falar?
Escreverei até conceito que e/ou externo
É o que posso fazer para não calar...
Vivo em um mundo de valores
Seguindo mandamento divino,
Preconceitos, conceitos não inovadores
Sem manual, nem destino.
Metade de nós, perfeita
Repleta de virtude
A outra metade imperfeita
Maldade em plenitude.
Sou resquício da era que não fala
Sabendo da situação do país em tormenta
Que prende, acusa, banaliza, cala,
Chora, lastima e se atormenta.
Sonho e dou asas à fantasia
Um representante honesto,
Incorrupto, sem hipocrisia
E na política experto.
Escolho o político velho, impuro
Cheio de artimanhas e vícios
Escolho o político novo, imaturo
Nas entranhas, cheios de artifícios.
Qualquer verbete faz boca
Enfatiza que todo político é ladrão
Qualquer oportunidade na biboca
Compra sem nota e não perde ocasião.
Sou guardiã de certo preceito
Dona da verdade, cheia de atitude
Na entranha nenhum conceito
Abuso de almas com e, sem virtude.
Em cada fresta um olheiro
Que sabe a vida do vizinho
Pesquisa, escuta, espreita ligeiro
Para informar certinho.
Um anjo, um projeto de santo
Verdadeira besta ciranda
Espalhando desencanto
Adeptos de igreja, umbanda...
Quantas falcatruas expostas no jornal,
Que usam garfos de cinco unhas,
Estampadas propinas, em rede nacional
Com sobrenomes tradicionais e alcunhas.
Acredito em alienígena
Herdei telhado de palha
Sou de ascendência indígena
Portanto não acendo fornalha.
Somos ascendentes de Adão
Que comeu a maçã pelo desejo
Enganado por Eva cheia de sedução.
Saúde, segurança, educação... Almejo.
De cada região um representante
Que compõe qualquer regra, norma ou preceito
E que interpreta palavra dissonante
Nem analisa morfologicamente o conceito.
O tempo passa... Previdência.
Previdência?... Em berço esplêndido.
O que esperar? Divina providência.
Nosso investimento? No paraíso escondido.
Sisudos da tecnologia não têm alegria?
Não sabes tocar, cantar? Então dance...
Sabes sonhar? Transforme em poesia...
Plante uma árvore e faça até um romance.
PROSELITISMO
Todas as formas de pensar são tipo prosa
Devem ser analisadas em respeito a si e ao outro.
O CHAMADO
Se olhares para a floresta
E ouvires o farfalhar das folhas
Repleta de trejeitos
Se olhares para o mar
E vires a onda a dançar
Cheia de emoção
Se olhares para o céu
E vires a beleza do luar
Seduzindo-te sem falar
E o teu coração palpitar
E o teu coração tremular
Não se deixe enganar...
Com ou sem norma
Nesta senda
Ingressos à venda.
Difícil escolha!
Porque muitas apostas
E múltiplas propostas...
Aprecie, suspire, respire...
A flor do bonsai
Porque a voz do amor sobressai.
Se o teu coração palpitar
E o teu coração tremular
Não se deixe enganar...
Com os tons do mundo
Acredite que há um amanhã
Florido e cheio de artimanha
Com ações, gestos e atitudes
Repleto de gotículas de otimismo
E caldo cultural de iluminismo
Neste emaranhado de dica
Ainda é o amor que indica
Que o caminho é Jesus.
RETORNAR… POR QUÊ?
As pernas andam no passo que pode
Enquanto a angústia foge do compasso
Coração acelera sem trégua
Neste panorama sono corre légua.
Mas os sonhos não adormecem
Porque o meu pensar sobressai nas palavras.
E neste emaranhado de verbetes
Como não questionar a sabedoria da natureza?
O cacto rústico cheio de espinho
Não agride a sensível suculenta
Não há conflito com a suave rosa
Nem disputa de aroma com o jasmim.
Sua raiz pregada no chão
Extrai o melhor da aridez do sertão
Não se contamina com a impureza
E tudo converge para a perfeição da natureza.
Não sou de grupo codinome
Nem sou conhecida por cognome
Somos José, Maria, João, Genuzi... Sem sobrenome
Sou ativista. E, me apresento com nome?
Lembrem-se: - Os direitos trabalhistas
Foram conquistas
Não de um militante exangue
Mas a preço exorbitante de sangue.
Retorno a década de sessenta
E a memória retrata Pietá
Que ampara uma pessoa querida
Sem o sopro de vida.
E quando a estátua se materializa
Protagoniza a própria Pietá
Nas famílias sem brasão nem divisa
Que na sua dor não aprecia o voo da borboleta.
Sobressaiu a minha mesquinhez
E retornou a minha lucidez
Pensei nas angústias de Severino, Joana, José, Maria...
Que não é estátua com avaria.
Não somos oriundos do regime teocrático
Estamos em um regime democrático
Por que ressuscitar a ditadura
Era de sofrimento e tortura?
Veja a junção de rosa e cacto
Que jamais fizeram pacto
Então, analise e converse sobre a história
Porque foi delineada outra trajetória.
Despedem-se do verde quando chega o momento
Porque cada um tem o seu espaço
Cumprem suas funções de florir em seu tempo
Simples assim companheiro: - Dê-me um abraço.
PROLIFERAS A PAZ
O silêncio da madrugada inspira-me.
Faço versos e prosas com ou sem rima.
A imaginação flui toma forma e retrata a paz.
Um fragmento, um pensamento.
A mão desenha rabiscos,
E os rabiscos formam letras,
E as letras formam sílabas,
E as sílabas formam palavras,
E as palavras formam frases,
E a frase versa paz.
Paz é sossego.
Paz é liberdade.
Paz é direito de ir.
Paz é direito de vir.
Paz é social.
Paz é legal.
Paz é moral.
Paz é constitucional.
Paz é celestial.
Adentre no mundo da pesquisa
Lá está a paz que espera ser descodificada.
Paz serena, sublime, sossegada
A espera de ti para se proliferar no espaço.
Não a deixe cair no limbo.
Não permitas que passe ao largo.
Segure-a, guarde-a dentro do coração.
Observas a paz:
No ermo.
No silêncio da noite.
Na beleza do natureza.
No acervo humano.
Linda, suave, disponível
Para adentrar na essência.
Espalhar-se no mundo.
Inundar o teu, o meu, o nosso coração.
Contemplas o universo.
Vejas a perfeição.
Absorves a paz.
Proliferas este sentimento desmedido,
Sem máscaras, sem subterfúgio onde passares.
A paz tem mil facetas
E um único propósito: o amor.
PANDEGOMANIA*
Um voo noturno sem direção, porém, inquietante, é sempre sombrio e sofro o grave frio do pânico, coronavírus. Diante das considerações, colocações eu sinto que estou em um país acéfalo.
Não sei decodificar o que é informado e arriscar a imaginação como uma águia que aos quarenta anos, sem qualquer compromisso coerente com a razão se confina.
Diante do panorama mundial até esta manhã é cinza em nosso horizonte, em Palmeira dos Índios, Alagoas, 25 de março, como nosso destino.
Deixo a águia na sua renovação e me vem, como um insight, o alerta do especialista Jean-Claude Manuguerra, em 2012 que há seriíssimos riscos de pandemia.
Portanto, quem fala diferente da linguagem literária da ciência e dos fatos de outros países contradiz o que está na literatura, na ética, no compromisso e responsabilidade do profissional.
A nossa vida e saúde estão em risco.
- Socorro!
Diante dos especialistas, qual é o pândego que diverge da veracidade da ciência?
* Pandegomania – neologismo
Lembre-se:
O demônio nunca está em férias
O demônio jamais está isolado nem em quarentena
O demônio sempre em ação
E nós, constantemente em alerta e oração.
SUPERLUA ROSA
Manto negro
Alguns pontos luminosos
Não fala, nem se manifesta
Oito de abril de dois mil e vinte
Lua está cheia e em seu perigeu
Se falasse e se manifestasse
Apreciaria cerejeira em flor
E acalmaria qualquer coração
Que está em aflição ou cheio de amor
A flor espreita o pirilampo
E a superlua aprecia flores novas no campo
Eu no meu quarto sinto mais, ou menos angústia
Nesta fase de quarentena mundial
(Em respeito aqueles que trabalham por mim, para mim e para o outro
Estou em casa em trabalho remoto
Lavo as mãos com água e sabão
Álcool gel 70% para nenhum vestígio de impureza)
Porque tudo está escrito...
Eu aceito, eu respeito
Conversa a distância ou da janela
A superlua rosa mais bela
CONFIANTE
Tenho pavor de todo país
De A a Z, o que escapar é por um triz
Tenho pavor do mundo
E também de todo mundo
Ouço muito fato fementido
Tenho pavor, pavor do desconhecido
Tenho pavor de abrir a janela
Ou de quem passa perto dela
Na rua até se escuta um oi
Entrei na sala e dela sai
Pensamento inquietante, coração acelerado.
Nenhum vizinho para dividir um segredo
Um monstro sem tamanho
Alvoroço estranho
Garatujo poema, conto, haicai...
O pavor até que se esvai
O vírus fez um tufão de revolução
Mas, a solidariedade invadiu nosso coração
Como uma grande explosão
Anjos labutam por mim, por nós. Momento de reflexão!
Aperto o botão: vírus da molesta
Eu tenho pavor de abrir a fresta
Que dá para o agreste da minha inquietação
Enxergo a placa certa indicando a contramão
Constato em Isaías: "Não temas, pois eu sou contigo;
Não te assombres, pois Eu sou o teu Deus.
Eu te fortalecerei, e te ajudarei,
Eu te sustentarei com a destra da minha justiça".
Um vírus incompreensível ao homem
Até compreensível ao cientista homem
As normas adotadas são essenciais
Vamos ficar em casa porque o nosso Deus é mais