Genésio dos Santos Júnior
Os seres humanos transbordam energia, inteligência, pureza, leveza, domínio e e constantemente está em busca da algo a mais, capaz de conectar a uma outra entidade, mais plena, mais sabia, mais profunda.
Quando nos instantes vazios, imperceptíveis, buscamos no mais amplo e insalubre a vocação desperdiçada em um soluço repentino de pensamentos. Esquivamos dos bombardeios de olhares que nos atravessam, batendo e voltando contra o nosso rosto. Somos selvagens, distantes, errantes, às vezes nem somos. Somamos o que nem temos para ser, buscamos no garimpo da alma, algo que tenha ainda um brilho, mesmo que disfarçado, queremos olhar, temos medo e temor do hoje, do amanhã, do nascer, do morrer. Se a ferida está aberta nos apoiamos no que acreditamos ser a cura, com o tempo a cura aparece. Acontece que às vezes somos apenas um turbilhão de perguntas, insanas, ecoantes no nosso núcleo. Que de uma hora para outra se transforma em um vazio. Mas somos transparentes, repentinos, capazes, incapazes, protetores, sem proteção, somos estrondosos por coisas pequenas e silenciosos por grandes coisas. Ficamos entre o hoje o ontem e o amanhã. Esperando que a esperança seja a resposta para as tantas coisas que sonhamos. Queremos lutar e lutamos na linha de frente, temos medo de perder e quando ganhamos, pausadamente refletimos sobre o que realmente merecemos. Às vezes nos chamamos de louco, insensíveis, insensatos. Buscamos algo que não sabemos ao certo o que é, mas esperamos que tudo isso se resolva. Que seja perfeito, como o entardecer e o nascer.